O pedreiro Cosme Souza Brito, 48 anos, acusado de ter estuprado uma criança de sete meses no município de Itamaraju (733Km de Salvador), foi encontrado morto dentro da cela onde estava detido na delegacia da cidade. Segundo o delegado, Júlio César Teles, ele estava separado dos demais presos que não aceitaram sua presença nas celas. “O corpo dele foi encontrado quando o carcereiro foi levar o café da manhã, por volta de 8h", disse. De acordo com o legista, o corpo já apresentava estar sem sinais vitais desde a madrugada.
O laudo da morte não está pronto, mas o delegado adiantou que Cosme Brito estava preso a uma corda feita com um lençol que foi jogado em volta da grade de uma abertura de ventilação no alto da parede. “Pela posição do corpo, ele deve ter subido em um dos beliches e então enforcou-se. Os pés estavam a pelo menos 50cm do chão e um deles inclinado na direção das camas”, completa.
Um processo investigativo será aberto para apurar o fato. Serão ouvidos os policiais que estavam no plantão e os presos das celas mais próximas. “No dia em que foi preso, ele não demonstrou culpa ou arrependimento pelo que fez. No dia seguinte, quando foi novamente ouvido, estava triste e sentia a pressão feita pelos outros presos”, conta Júlio César.
VÍTIMA - A criança passou por uma cirurgia e está sob cuidados de profissionais na Creche Arco-Íris e acompanhamento diário do Conselho Tutelar. Ela recebe visitas todos os dias dos pais e deve ficar ainda por alguns dias em observação.
O pai, o agricultor Jeilton Luiz Almeida de 26 anos, está há uma semana sem trabalhar, acompanhando a esposa que tem outros dois filhos e está grávida do quarto. “Quando soube do que aconteceu, fiquei sem pernas. É difícil ver tanta coisa ruim acontecendo hoje em dia”, afirmou Santa Francisca Limados Santos, de 77 anos, bisavó da criança.
A população acompanha tudo à distância e, segundo Miriam Pereira Santos, vizinha da família, esse não é o primeiro crime dessa natureza. “Já aconteceram vários estupros aqui em Itamaraju, inclusive com outras crianças. É horrível o que acontece em nossa cidade. É uma barbaridade”, desabafa a moradora. Apesar de não ter números, a informação de outros crimes de estupro foi confirmado pelos policias, como sendo um dos mais freqüentes na região.