Foi enterrado na manhã desta segunda-feira, 27, o corpo do garoto Breno Sena Ribeiro, de 9 anos, morto depois de ser atingido no rosto por uma bala perdida no último sábado, 25, na varanda de casa, em Feira de Santana. O velório aconteceu na casa do garoto e o enterro, com a presença de familiares, amigos e vizinhos, no Cemitério São João Batista, sob pedidos de justiça.
Meu filho era uma criança amável e abençoada por Deus, onde chegava, fazia amigos. Quero ver estes marginais na cadeia, pois tiraram uma parte de mim e de minha família, falava, entre lágrimas, a mãe do garoto, Marcela de Jesus Sena.

O pai de Breno, Mário Vinicius Santos Ribeiro, conta que estava jogando vídeo game com o filho na casa dos pais, quando ouviu uma discussão na rua e foi até a varanda acompanhado da esposa, Joanita Sabina de Jesus, verificar o que estava ocorrendo. Meu filho nos acompanhou e não deixei que ficasse na grade, mesmo assim ele ficou abaixado entre as nossas pernas e acabou atingido pelo tiro, contou.
O garoto foi levado para o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), mas não resistiu aos ferimentos. A bala atingiu o nariz e ficou alojada na cabeça, provocando o derrame cerebral. Nós não vimos quem atirou, apenas vimos uma pessoa que chegou com a arma em punho, mas não sei se foi ele quem atirou. O que sei é que foram três tiros, o primeiro acertou Breno e os outros dois bateram na parede da casa vizinha, afirmou o pai do garoto.
Vizinhos de Breno revelaram que a briga foi entre dois moradores do bairro Rocinha e que teria sido motivada por um aparelho celular. Eles dizem que após o garoto ter sido baleado, um dos envolvidos na briga ficou passando de motocicleta pelo local como se nada tivesse acontecido.
O celular foi roubado e vendido para um dos envolvidos que queria o dinheiro de volta e daí houve discussão, logo depois começou o tiroteio, informou um morador que, por medo, preferiu não se identificar.
Investigação - Outro vizinho do garoto informou que, no momento em que aconteceu o crime, muitas pessoas estavam na rua, inclusive crianças que jogavam bola. Esta tragédia poderia ser maior, pois muitos garotos estavam na rua. Estes marginais andam por aí com arma em punho e nada é feito para acabar com isto, desabafou.
A mãe do garoto diz que só irá sossegar após ver os autores do crime na cadeia. "Eu quero que a justiça seja feita, a justiça de Deus e a justiça dos homens, pois aqui a gente faz e aqui a gente paga", disse Marcela de Jesus.
O delegado Madson Sampaio, da 2ª Delegacia, informou que está investigando o crime e que é uma questão de dias para chegar aos autores do assassinato. Vamos começar a ouvir as testemunhas e estamos investigando todas as informações chegadas até o momento, mas é cedo para darmos qualquer informação sobre o crime, limitou-se a dizer.