Um esquema de revenda de combustível furtado de grandes empresas foi desarticulado, na última segunda-feira,7, pela Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) de Eunápolis. Os combustíveis comercializados ilicitamente eram gasolina, óleo diesel e biodiesel. A quadrilha estocava os produtos em um restaurante de fachada, localizado na BR-101, e chegava a faturar R$ 50 mil mensais com a atividade.
De acordo com o delegado titular Renato Fernandes, o esquema consistia em comprar combustível desviado por funcionários das empresas e revendê-lo por um preço abaixo do valor de mercado. Os clientes eram principalmente caminhoneiros e taxistas, alguns de outros Estados, a exemplo de Minas Gerais.
As investigações duraram três meses e contaram com a participação das empresas lesadas. Foram presos em flagrante: Ana Cristina Pereira Barreto, 32 anos, comerciante, natural de Itagimirim; Robson Vieira da Silva, 29, e José Alves da Cruz, 65, ambos motoristas de Itabuna; Marcelo Augusto Orrico, 40, motorista, de Jequié; e Ailson Santos Vieira, 47, lavrador, de Potiraguá.
Segundo o delegado, Ana Cristina montou uma grande estrutura para receptar o material. Num terreno ao lado da casa, havia uma tubulação utilizada para transportar os combustíveis dos tanques dos caminhões a um reservatório no quintal, onde os líquidos ficavam estocados. Durante o interrogatório preliminar, a acusada disse que comprava o produto de uma rede de aproximadamente 20 motoristas, ao valor de R$ 1,20 o litro e o revendia por R$ 1,50.
Um caderno de anotações, indicava que ela chegava a vender R$ 50 mil num mês e que desse total obtinha um lucro líquido de R$ 16 mil. “Apreendemos dois mil litros de combustíveis, que eram desviados de empresas como Veracel Celulose, A.C.Lira, Júlio Simões e Maringá Transportadoras. Também encontramos 500 bombas de combustível, com capacidade de armazenagem de 8 mil litros”, contou Renato Fernandes.
O delegado esclareceu ainda que “os acusados tinham quatro pontos de venda, sendo que o principal era o Restaurante 2 de Julho, onde encontramos 1,4 mil litros do produto”. A polícia informou já ter alguns suspeitos entre os funcionários das empresas. Os detidos responderão por furto e receptação qualificada e ainda por armazenagem, estocagem e comercialização de combustíveis em desconformidade com regulamentos da Agência Nacional de Petróleo (ANP).