Imagens do circuito externo de oficinas mecânicas e de uma fábrica de sorvetes podem ser o principal trunfo da polícia para identificar o autor ou autores do estupro seguido de morte contra Tamires Araujo Santos, 12 anos, encontrada num matagal em Itapetinga, a 560 km de Salvador, na segunda-feira, 30. Ela foi morta a pedradas.
As primeiras investigações da polícia apontam para suspeitos ligados ao tráfico de crack na cidade, já que a criança era vista com frequência em rodas de viciados e até chegou a ser apreendida, no primeiro dia deste ano com 10 pinos da droga escondidos na calcinha.
A menina estava na companhia de um adolescente de 17 anos, apreendido com R$ 392,00 em dinheiro. A garota contou aos policiais, na época, que um rapaz, cujo nome não se recordava, havia deixado a droga com ela, pois não levantaria suspeita pelo fato de ser mulher. A polícia descobriu o dono do produto, mas ele conseguiu escapar.
Um dos tios da vítima não descarta vingança contra a sobrinha, que denunciou o proprietário da droga. A amigos, ainda segundo o tio, Tamires não escondia o medo de ser morta, pois alguns traficantes temiam ser presos e queriam cobrar dela a apreensão do crack num bar da cidade.
O tio contou também que a garota raramente dormia na casa dos pais e que tinha como suporte grupos de garotas e garotos da mesma idade nos arredores do Parque Poliesportivo da lagoa. Em tom de desabafo, o tio culpou os pais da criança pela tragédia. Segundo ele, o casal permitia que Tamires dormisse na rua.
“Eles não tinham controle sobre ela. A menina passava o dia inteira solta, nas turminhas e, até quando foi presa, os pais não se importaram. A própria polícia e o Conselho Tutelar tentavam ajudar, mas os pais dela não se importavam”.
O corpo, com marcas de violência sexual, foi encontrado por um trabalhador que acionou a polícia militar por meio do telefone 190.
|Serviço|
Denúncias anônimas que possam levar ao criminoso ou criminosos podem ser feitas aos delegados Marcus Vinicius ou Roberto Junior pelo telefone (77) 3262-1360.