O Hospital Manoel Novais, de Itabuna, registrou o primeiro caso de dengue hemorrágica, após a epidemia do início do ano, em que nove pessoas morreram e cerca de 15 mil tiveram a doença. A vítima, um menino de 10 anos, mora na zona rural do município de Gongogi (a 93km de Itabuna).
Segundo o diretor do hospital, Jaime Oliveira Nascimento, o garoto deu entrada na UTI no último dia 12, em estado grave, vomitando muito e sentindo fortes dores abdominais. Nesta quarta-feira ,16, a vítima apresentou quadro estável e respira sem ajuda de aparelho.
Jaime Nascimento destacou que, após a onda epidêmica do inicio do ano, houve um período sem notificações, mas os casos de dengue estão reaparecendo, como já era esperado. Por dia, o hospital recebe cerca de quatro a cinco casos, na forma clássica, a mais branda.
Itabuna continua liderando o ranking nacional em infestação predial pelo mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença. No último Levantamento de Índice Rápido (Lira), a cidade ficou com média de 10.7%. O índice tolerado pelo Ministério da Saúde é de 1%.
Cerca de 16 bairros apresentam infestação acima do índice médio da cidade. Os mais graves são o Maria Pinheiro, com 32.17%, o Novo Horizonte, com 29.55%, o Daniel Gomes, com 25.79%, o Nova Califórnia, com 22.13% e o Corbiniano Freire, com 20.99%.
Ações - Há dois dias, a cidade recebeu a visita do coordenador nacional da dengue, Geovanini Coelho, que veio discutir com as autoridades municipais de saúde a situação epidemiológica do município, por solicitação do Ministério Público.
Ele advertiu que as ações de combate devem ser feitas de forma sustentável, com o trabalho diário dos agentes da dengue para erradicar os focos do mosquito, e da população, para evitar o surgimento de novos focos.
O coordenador disse que o Ministério da Saúde vai enviar à cidade, em janeiro, uma técnica especializada em epidemia e vai ajudar a capacitar profissionais de saúde. O ministério também vai acompanhar a reestruturação dos postos de saúde e auxiliar na finalização de um plano de contingência de combate à dengue em Itabuna.
Geovanini afirmou ainda que, em caso de uma nova epidemia, Itabuna pode receber apoio das Forças Armadas, como aconteceu no início deste ano, tanto para auxiliar no combate ao vetor, quanto com a participação de médicos e enfermeiros para melhorar a ampliar a assistência aos doentes.