Atualizada às 11h20
O julgamento dos oito acusados pela explosão de uma fábrica de fogos de artifício em Santo Antônio de Jesus (a 185 km de Salvador) foi adiado para o dia 31 de julho. O anúncio foi feito pela juíza da Vara Crime da cidade, Rosemunda Souza Barreto, logo após a abertura da sessão judiciária que seria realizada na manhã desta quarta-feira.
O adiamento foi solicitado pela defesa dos acusados, alegando que o advogado responsável pelo caso teria outra audiência marcada também para hoje. O desastre, ocorrido em 1998, é o maior que já aconteceu no município. Na ocasião, morreram 64 pessoas.
O principal acusado no caso é o empresário Osvaldo Prazeres Bastos, conhecido como Vardo dos Fogos, dono da fábrica clandestina onde ocorreu a tragédia. Ele e os outros sete réus são acusados de homicídio por dolo eventual.
O adiamento do julgamento deixou os integrantes do Movimento 11 de Dezembro – formado por familiares das vítimas da explosão – indignados, mas não surpresos.
“São oito anos e seis meses de espera, mas a luta continua.
Não é surpresa esse adiamento.
Podem adiar quantas vezes quiserem, não seremos derrotados”, disse, chorando, Maria Madalena Santos Rocha, que perdeu três filhas na explosão.
“O adiamento é uma frustração para essas famílias que aguardam por justiça”, lamentou Ana Maria Santos, presidente do Fórum de Direitos Humanos de Santo Antônio de Jesus (FDH/SAJ).
Luciana Garcia, advogada da ONG Justiça Global, que apóia as famílias das 64 vítimas, garante que o adiamento era esperado. “Já se previa essa atitude da defesa, pois é freqüente pedir o adiamento do júri na primeira data, quando tudo é possível acontecer”, disse a advogada, que acompanha o caso na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).
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