O promotor público Bruno Gontijo informou nesta segunda-feira (16) que a menina de 13 anos moradora de Guaratinga (a 669 km de Salvador, no extremo sul do Estado), grávida de quatro meses do próprio pai, um trabalhador rural de 43 anos e que mantinha relações sexuais com ela há mais de um ano, descartou a realização do aborto e quer levar a gestação adiante.
A vontade da garota, porém, não é definitiva. Ela será acompanhada ainda esta semana por uma equipe de médicos e psicólogos de Porto Seguro, que vão avaliar se a menina tem condições físicas e psicológicas de ter o bebê. Caso os médicos avaliem que a gravidez deve ser interrompida, será feito o aborto.
Gontijo disse que conversou com a garota na manhã desta segunda, quando ele também deu entrada em uma ação judicial na Vara da Infância e Juventude de Guaratinga em que solicita a perda do pátrio poder contra o pai da garota, preso desde o dia 11 deste mês, e a nomeção da presidente do Conselho Tutelar de Guaratinga, Lindidalva Batista Santana, como responsável pela menina.
O promotor informou ainda que os exames de DNA na garota e no feto, que foram pedidos pelo delegado de Guaratinga, Antonio Alberto Passos de Melo, não foram realizados quando a menina foi levada ao Instituto Médico Legal (IML) de Porto Seguro. “É um exame caro e estamos tentando viabilizá-lo com nossos próprios esforços”, disse o promotor.
Ainda não estão definidos os profissionais que acompanharão a garota a partir de agora. “Vamos ver isso com a Secretaria de Saúde de Porto Seguro, que vai nos dar um ajuda. Esse acompanhamento é imprescindível para que a saúde mental e corporal da menina seja assegurada. Nessa avaliação, o que deve prevalecer é a saúde dela, depois a do bebê”, declarou Gontijo. O secretário de Saúde de Porto Seguro, Roberto Cherém, ainda não foi localizado para comentar a ajuda.