O comportamento de grupos de macacos-prego está sendo objeto de estudo científico no Parque Zoobotânico da Matinha em Itapetinga, a 560 km de Salvador, por uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual Santa Cruz (Uesc).
O trabalho científico tem como objetivo, analisar o comportamento dos animais sob condições diferentes de cativeiro, utilização de ferramentas, comportamentos estereotipados e possibilidades de enriquecimento ambiental para eles.
O macaco-prego do peito amarelo (Cebus xanthosternos) pertence à família dos cebídeos, endêmico da Mata Atlântica Brasileira e está na lista dos aniamis em extinção.
A ameaça é devido ao desmatamento e à caça, fatores que colocam os macacos-prego – também conhecido como “macaco-de-bando” -. na lista das 25 espécies de primatas mais ameaçadas do mundo.
Segundo os pesquisadores, cujo grupo é composto por Romari Martinez, professora doutora; Rafaela do Nascimento, bióloga com mestrado em zoologia e Rafaela Batista, aluna do bacharelado, o Brasil tem três espécies de primatas nessa lista.
“A espécie em estudo ocorre em pouquíssimos fragmentos de mata atlântica remanescentes entre o sul da Bahia e o Estado de Sergipe. As estratégias para sua proteção incluem um amplo programa de reprodução em cativeiro, iniciado em 2002, que mantém atualmente 85 animais em 13 zoológicos no Brasil e na Europa”, explica Romari.
O projeto da pesquisa no Parque da Matinha é financiado pela “Margot Marsh Foundation”, instituição internacional que patrocina projetos de conservação e manejo do Macaco-Prego do peito amarelo.
A professora, que também coordena o projeto, destaca que o Parque da Matinha em Itapetinga, “possui uma área fantástica e boa infra-estrutura para a realização de pesquisas com várias espécies em cativeiro”, bem como trabalhos em educação ambiental.
“Deveria ser mais aproveitado pelas instituições de ensino superior da região, já que é o único parque zoológico do sul, sudoeste e extremo sul da Bahia”, comentou.
Para o Secretário de Agricultura e Meio Ambiente Alexandre Magno, gestor do Parque, as pesquisas realizadas pelas Universidades, no Parque da Matinha são de grande importância.
“Estamos abertos aos visitantes e aos pesquisadores e temos que divulgar o nosso espaço, pois somos das poucas cidades no interior da Bahia a ter um Zoológico com diversas espécies da fauna e da flora”.