Terminou nesta quinta-feira, 1º, por volta das 16h30, a interdição que os índios pataxós da Aldeia de Coroa Vermelha promoveram na BR-367, no trecho entre Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália. A via ficou fechada por mais de 22 horas. A manifestação ainda causou confusão entre índios, policiais e motoristas que tentavam passar pelo local.
O protesto, que teve início no final da tarde de quarta-feira, tinha como objetivo pressionar a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), responsável pela saúde indígena, para que fosse marcada a data para reinício das obras de melhoria de 125 sanitários e de instalação de rede de água na aldeia.
À tarde, por telefone, a coordenadora de Saúde Indígena da Funasa, Raquel Lima, de Salvador, afirmou aos índios que a determinação de uma data para início das obras depende de questões legais, com a abertura de uma licitação. Raquel voltou a afirmar que o recurso de R$ 600 mil, liberado por uma carta de crédito pela Funasa, em Brasília, na noite de quarta-feira, para a continuidade das obras estava garantido.
Conflito No início da manhã desta quinta-ferira, o turista alemão Jurgen Lenz, que se dirigia do município de Santa Cruz Cabrália para Porto Seguro, tentou furar o bloqueio e acabou sendo agredido pelos índios. Os manifestantes avançaram contra o veículo, quebrando o pára-brisa dianteiro, o retrovisor e a larterna traseira do lado esquerdo. A esposa de Lenz, a também alemã Ursula Lenz, acabou ficando nervosa com o incidente e passou mal. Ela foi encaminhada ao Hospital José Magalhães, onde foi medicada e liberada no início da tarde.
Aposentados, os turistas disseram que vêm sempre ao Brasil a passeio e que vão pedir indenizsação pelos danos materias sofridos. Eles registraram ocorrência na Delegacia de Santa Cruz Cabrália. Nesta quinta, além de impedir a passagem de veículos, os índios também impediram que pessoas circulassem a pé pelo trecho interditado da rodovia. Apenas a passagem de ambulâncias estava sendo liberada. Apesar do bloqueio, não foi registrado congestionamento na rodovia, mas muitos turistas tiveram sua passagem bloqueada e deixaram de conhecer Santa Cruz Cabrália.