Foram doadas 300 toneladas de milho para 10 comunidades prejudicadas pela estiagem
Dez carretas carregadas de milho, somando 300 toneladas, saíram nesta segunda, 13, de Barreiras, 858 km de Salvador, com destino a 10 comunidades de nove municípios do interior do estado prejudicados pela estiagem. As doações, que no oeste do estado estão sendo capitaneadas pela Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), fazem parte da campanha SOS Seca Bahia.
A meta dos produtores, de acordo com o presidente da Aiba, Walter Horita, era chegar a um total de mil toneladas, "porém, diante do interesse das pessoas em colaborar, vislumbramos que este número será ultrapassado, já que a perspectiva é que temos pela frente, pelo menos mais uns quatro meses de situação crítica por causa da seca". Ele salientou que por enquanto 50 produtores já participaram da campanha, somando cerca de 800 toneladas de milho e caroço de algodão.
Para Horita, a principal motivação dos empresários rurais é o sentimento de participação "neste momento de dificuldade para muitas famílias do estado e a certeza de que as doações chegarão realmente a quem mais precisa". Em carregamento anterior, 172 toneladas de milho e caroço de algodão, já foram encaminhadas de forma emergencial aos lugares mais castigados pela seca. A maior parte dos produtos, de acordo com o secretário de Agricultura da Bahia Eduardo Salles, se destina à alimentação animal, "já que a segurança alimentar humana está bem mais garantida, principalmente através de programas federais".
Ele explicou que a preocupação em ajudar na manutenção do rebanho de quem tem uma vaca ou algumas cabras leiteiras "é importante demais, já que para a maioria destas famílias, a perda dos seus animais por falta de comida na seca, pode ter efeito negativo durante décadas". Salles enfatizou que o produtor desesperado com a situação, tem como último recurso o abate das suas matrizes "porque se torna insustentável mantê-las. Mas isso se desdobra em uma catástrofe social para seu futuro, que é o que queremos evitar com estas doações", justificou.
Além dos produtores, também uma empresa de compra e venda de cereais está colaborando com estocagem e ensacamento dos produtos, bem como empresas transportadoras, que estão disponibilizando veículos e motoristas para a entrega das doações. "Somos um elo desta cadeia e desta forma fizemos a nossa parte", disse o proprietário de transportadora, Luiz Veiga, destacando que tem viajado pelas regiões mais castigadas pela seca, "e vemos a necessidade das famílias, que vêem os animais morrendo, pois a prioridade deles, é lógico, é a manutenção da vida humana".
O destino das doações é definido pelo Comitê da Seca, do Governo da Bahia. O comboio que saiu de Barreiras se destina aos municípios de Conceição do Coité, Juazeiro, Marcionílio Souza, Itaberaba, Uauá, Lafaiete Coutinho, Maracás, Glória e Quincê.