Brigadistas lutam contra os focos de incêndio florestal na Serra do Mimo
Passageiros vindos de Brasília por via aérea chegaram nesta sexta-feira, 31, em Barreiras (distante 898 Km de Salvador), no oeste da Bahia, e passaram por um grande susto, pois ao pousarem perceberam que havia um grande foco de incêndio florestal na vegetação que fica na margem da pista. Embora o fogo na Serra da Bandeira (onde fica o aeroporto de Barreiras) já esteja no terceiro dia, dizimando uma área ainda não estimada de cerrado nativo e pastagens, a empresa que administra o local garante que nenhum voo foi cancelado ainda.
"A gente vinha (de São Paulo) observando a beleza do cerrado e percebendo muitos focos de queimadas, que se intensificaram na medida que fomos chegando perto da cidade", afirmou a jornalista Vivian Macedo, enfatizando que ainda dentro do avião já sentia o cheiro de fumaça. "Quando o avião pousou, vi que tinha um fogo muito próximo da pista, o que assustou também os demais passageiros" contou ela, e completa afirmando que jamais teria coragem de aterrizar em um lugar tão perto de um incêndio florestal.
Representante da São Francisco Administração Aeroportuária, Marcos André da Silva destacou que desde o primeiro dia de ocorrência de fogo, os bombeiros do aeroporto, auxiliados pelos bombeiros da cidade, estão lutando para debelar as chamas. Com este controle, disse ele, "conseguimos manter todas as linhas, sem prejudicar os usuários".
Entretanto, pequenos aviões já optaram por não aterrizar na pista do aeroporto, e preferiram a pista da Associação Barreirense Aerodesportiva (Aba), que fica no vale e longe destes focos de queimadas.
Uma semana - Na Serra do Mimo, também nos arredores de Barreiras, um incêndio florestal completou na quinta, 30, uma semana. Embora a equipe dos brigadistas do PrevFogo/Ibama estejam lutando contra os focos todas as noites - porque durante o dia com o calor do sol o trabalho fica inviável -, o incêndio saiu do controle e na tarde desta sexta se estendia por cerca de 8 km, entre os arredores do bairro Morada da Lua até a fazenda Água Doce.
Na região, que está sem chuva há mais de seis meses, a vegetação está ressequida e é combustível fácil para ampliar as áreas atingidas pelo fogo. Também o calor, os fortes ventos e a falta de cuidado da população, são fatores que contribuem para o atual quadro.
Alerta - A Chapada Diamantina e a região oeste da Bahia estão classificados pelo Programa de Monitoramento de Queimadas do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), como áreas críticas com alto risco de fogo.