As melhorias promovidas nas áreas da educação, saúde e assistência social - os três requisitos para a obtenção do Selo Unicef - são todos arcados pelo poder público municipal, incluindo os cursos de capacitação promovidos pelo organismo internacional. Em nenhum dos projetos criados há aportes financeiros do escritório da ONU. "Nós emprestamos nossa credibilidade. Cabe a cada gestor utilizar o selo da melhor forma possível para conseguir viabilizar futuros recursos para as cidades contempladas", diz Andréia Neri, do escritório do Unicef em Salvador.
Para a obter o selo, as cidades inscritas são submetidas a análise de cinco itens estabelecidos na metodologia (comunicação/mobilização social; desenvolvimento de capacidade; monitoramento, avaliação e reconhecimento). "O selo não é eterno. Quando uma nova classificação é lançada, as cidades que não conseguiram mantê-la, não podem mais usar. O período de uso é, no geral, de três anos, quando nova avaliação é feita e o resultado divulgado", explica Andréia.
Por norma do Unicef, cada prefeitura que luta pela obtenção do selo é obrigada a indicar uma pessoa de confiança para se tornar a responsável pelos projetos de melhoria. São chamados de articuladores. "Nós fazemos a ligação com as secretarias municipais e com o prefeito. Também temos a liberdade de propor projetos visando a elevação dos índices sociais", diz Adelino Eichelt, articulador da cidade de Barreiras.
Beneficiários - "O principal ganho que tive foi na minha consciência. Descobri o quanto poderia fazer para ajudar a minha cidade", diz Gabriele Oliveira, de 17 anos, natural do município de Valente (na região sisaleira).
Gabriele é uma das beneficiárias dos projetos ligados ao Unicef, participando das ações desde 2009. "Fiz curso de teatro, entrei no grêmio do colégio e aprendi a cobrar uma melhor postura dos nossos gestores. Isso foi fundamental para adquirir uma consciência social", diz a jovem, que fez o Enem deste ano para tentar vaga no curso de medicina na Universidade Federal da Bahia (Ufba).