cerca de 50 mulheres saíram às ruas clamando por justiça em Ruy Barbosa
Mesmo com a decisão judicial de adiar (sob alegação de falta de segurança) a audiência de instrução da ação penal contra os nove integrantes e um segurança da banda New Hit, componentes da Marcha Mundial das Mulheres continuaram em Ruy Barbosa (a 323 km de Salvador). O objetivo era chamar a atenção para a importância da condenação do grupo.
Para a audiência marcada para os dias 17, 18 e 19, o movimento promete levar mais de 200 componentes à cidade. A audiência de instrução está na segunda etapa. A primeira foi em fevereiro, quando 45 testemunhas e as duas adolescentes foram ouvidas.
Com faixas e fazendo muito barulho, cerca de 50 mulheres saíram nesta quarta-feira, 4, às ruas clamando por justiça e chamando os músicos e o policial de estupradores. A apresentação de uma oficina de batucada e teatro e a exibição de vídeos das ações do movimento durante o caso também fizeram parte das atividades do grupo feminino.
"Queremos despertar as pessoas para a importância das audiências, que não deixam de ser um julgamento do caso. A justiça deve ser feita para que outras mulheres não passem pelo mesmo constrangimento e sofrimento que estas adolescentes", disse a participante Júlia Garcia.
Para ela, não foi surpresa o adiamento da audiência, uma vez que desde o começo os advogados de defesa estão usando todo tipo de estratégia para que seus clientes saiam impunes do caso.
Nesta quarta, primeiro dia da segunda etapa de audiências, cerca de 20 mulheres da Marcha Mundial protestavam em frente ao fórum e algumas teriam ido até um restaurante onde parte dos acusados almoçava. Elas tentaram entrar no local, mas foram impedidas por seguranças e proprietários do estabelecimento, o que resultou em troca de agressões verbais e físicas.
Alegações e defesas - Na fase atual, os acusados serão interrogados e logo após será dado o prazo para a defesa e o Ministério Público solicitarem diligências, novas oitivas ou até novas provas. Passada esta fase, a juíza recebe as alegações finais da defesa e promotoria.
A magistrada analisará todo o processo e dará a sentença.
"Acreditamos que após a fase de interrogatórios, no prazo máximo de 90 dias, a juíza apresente a decisão, se eles serão ou não condenados e qual a pena de cada um", informou em nota o TJ-BA.