Dos 13 terminais existentes no local, o do Banco do Brasil foi o único atacado pelos criminosos
Em apenas uma semana de 2015, os oito ataques a caixas eletrônicos na Bahia já superam a quantidade de dias do ano. Em 2014, a primeira ocorrência registrada em terminais de autoatendimento ocorreu em dia 8 de janeiro. Em todo o ano, houve 230.
O mais recente ataque foi na madrugada desta quarta-feira, 7. Criminosos armados explodiram um caixa do Banco do Brasil (BB) situado no supermercado Bompreço da rua Conde de Porto Alegre, IAPI. No local, há 13 terminais.
Dois dos oito casos registrados até esta quarta ocorreram na capital baiana, segundo dados do Sindicato dos Bancários. O restante, em Esplanada, Santa Luzia, São Sebastião do Passé (Grande Salvador), Crisópolis (dois registros no mesmo dia) e Santa Inês.
Cinco dos ataques aos terminais de autoatendimento são referentes a explosões, dois foram computados como arrombamentos e um como tentativa de explosão - esta em São Sebastião do Passé. Os principais alvos em 2015 foram o Banco do Brasil (5 casos) e Bradesco (3).
Sindicato
Um dos diretores do Sindicato dos Bancários, Adelmo Andrade avalia que, para evitar a proliferação desses roubos no estado, é preciso mais investimentos por parte das instituições financeiras, aliados à soma de forças dos órgãos de segurança pública.
Para Andrade, diante dos episódios já registrados em 2015, não houve muitos avanços no comparativo com 2014. "No interior, a segurança pública não tem condições de fazer frente ao poder de fogo dos criminosos. É preciso haver mais inteligência no combate a esses crimes", frisou.
O combate é realizado por várias frentes. A prevenção é de responsabilidade da Polícia Militar. Na capital, as investigações são feitas pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos. Na Grande Salvador, pelo Departamento de Polícia Metropolitana.
No interior, onde há mais registros de ocorrências, os crimes são investigados pelo Grupo Avançado de Repressão a Crimes Contra Instituições Financeiras (Garcif) da Polícia Civil, chefiada pelo delegado Henrique Morais.
Controle
Morais falou ao A TARDE enquanto estava em Crisópolis (a 212 km de Salvador ), onde houve um ataque ao Banco do Brasil e outro ao Bradesco. "Apesar dos prejuízos materiais, os criminosos não conseguiram levar o dinheiro, justamente por medidas de segurança adotadas pelos bancos", disse.
Na avaliação dele, os órgãos de segurança pública têm se articulado com os bancos para tentar evitar o sucesso das ações criminosas. Morais aponta a facilidade de obtenção dos explosivos como a maior vilã dos ataques.
"Não há só uma causa. Conseguimos diminuir os assaltos à luz do dia, e os criminosos migraram para a explosão. A questão é fazer maior controle dos explosivos", disse.