Banhistas não abrem mão de curtirem praias, mesmo com risco de doenças
Apesar de terem sido consideradas impróprias para banho no final de semana passado, seis praias de Salvador tiveram movimento de pessoas na manhã deste domingo, 9.
Em trechos das praias Rio Vermelho (em frente à Igreja de Nossa Senhora de Santana), Amaralina (em frente ao Condomínio Atlântico), Pituba (próximo ao Pituba Sol Flat), Armação (em frente ao clube Inter Pass), Boca do Rio (no trecho do posto Salva Vidas) e Corsário (próximo ao posto Salva Vidas), foi possível encontrar banhistas se arriscando na água.
Avaliação do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) em 34 praias de Salvador e Lauro de Freitas apontou que 14 foram reprovadas para banho neste final de semana. Além destas, foram consideradas impróprias Periperi, Penha, Bogari, Pedra Furada, Roma, Ondina, Aleluia e Buraquinho.
O estoquista Claudionor Alves, 43, foi um dos que foram à praia de Amaralina. Ele conta que costuma acompanhar as condições do local, mas que não teme problemas de saúde.
"Nunca tive nenhuma doença. Acho que é preciso ter cuidado, observar se há muito lixo na água, se está com mau cheiro. Mas, no geral, acredito que não há maiores problemas", disse Claudionor, que surfa no local.
A praia do Corsário foi que teve maior movimento dentre as seis. No local, o ajudante de pedreiro Agnaldo Santiago, 24, levou o filho David, de um ano, para se banhar.
Ele contou que não sabia que o local estava impróprio para banho. "Confesso que não presto muita atenção a estas informações. Mesmo assim, acho que não tem problema, nunca vi ninguém passar mal porque tomou banho de mar", afirmou.
Justamente por acreditarem que não há riscos, apesar da contraindicação, os banhistas seguem utilizando as praias reprovadas pelo Inema. "Não há um trabalho de conscientização dos riscos, as doenças que estamos expostos", pontua o estudante Leandro Marinho, 23.
Riscos
Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), a praia é considerada imprópria quando mais de 20% das amostras coletadas em cinco semanas consecutivas, apresentarem resultado superior a 1.000 coliformes fecais ou 800 bactérias Escherichia coli. Além disso, quando, na última coleta, o resultado for superior a 2500 coliformes termotolerantes ou 2.000 bactérias Escherichia coli ou 400 bactérias enterococos por 100 mL de água.
Como tem chovido bastante em Salvador nos últimos meses, ainda há agravantes. No período em que o tempo estiver chuvoso, as praias podem ser contaminadas por arraste de detritos diversos, carregados das ruas através das galerias pluviais, podendo causar doenças.
Uma pessoa que ingerir água com Escherichia coli pode ter infecções, que tem como principais sintomas vômito e diarreia e, se não tratadas, podem levar à morte. Além disso, outro risco e ingerir água contaminada é o contágio do vírus da Hepatite A.
Quem toma banho nestas praias está sujeito, ainda, a uma conjuntivite infecciosa, casa a água entre em contato com os olhos. Em casos de ferida na pele, a água contaminada por causar micoses.
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