Piloto que percorre toda a extensão do rio São Francisco tem previsão de chegar à Bahia em setembro
Com previsão de chegar na margem baiana do Velho Chico entre 6 e 7 de setembro, o piloto de aventuras Luiz Henrique Marini, conhecido como Lu Marini, deu início dia 27 de agosto, em São Roque de Minas (MG), na Serra da Canastra, a uma expedição inédita.
Durante um mês, ele pretende percorrer toda a extensão do rio São Francisco a bordo de um paramotor, captando imagens e histórias que serão publicadas em livro.
Ele conta na equipe de viagem com o cinegrafista e fotógrafo Leandro Saadi, o assistente Wellington e o produtor Claudio "Pichu", entre outros aventureiros. Eles devem chegar entre 22 e 24 de setembro à foz do São Francisco, depois de passar por cinco estados e 521 municípios. A equipe envolvida no projeto tem 14 pessoas.
A cidade baiana de Carinhanha, na divisa com Minas Gerais, será a primeira no estado a receber o grupo de aventureiros, que vai parar, ainda, em Serra do Ramalho, Bom Jesus da Lapa, Paratinga, Ibotirama, Morpará, Barra, Xique-Xique e Pilão Arcado.
Os moradores de Sento Sé, Sobradinho, Curaçá e Paulo Afonso também terão oportunidade de fazer contato com os aventureiros, que pretendem reconhecer a degradação, registrar as belezas e conhecer histórias pitorescas dos ribeirinhos nos 2.814 km da nascente à foz.
"Esse é o momento em que mergulho no mundo das descobertas, dos desafios, da superação", define o piloto acrescentando que é uma oportunidade de se deparar com os problemas reais do Brasil. "Uma realidade sem maquiagens. E essa expedição, em especial, promete grandes surpresas", assevera o aventureiro.
De acordo com o piloto, que já fez expedições similares em outros lugares do país, como no Pantanal Matogrossense e o litoral brasileiro, o período do inverno foi escolhido para sobrevoar a planície do Velho Chico pelas condições climáticas, pois nesta época do ano chove raramente e a luminosidade é favorável na produção de imagens.
Piloto sênior de paramotor, Lu Marini é instrutor da Marinha do Brasil e reconhecido mundialmente pela experiência que tem. Dentre as façanhas e desafios dele está o projeto Rastreando o México, quando sobrevoou o eixo vulcânico daquele país, entre os oceanos Atlântico e Pacífico, alcançando mais de 5 mil metros altitude sobre um vulcão ativo, entre 14 de março e 2 de abril de 2012.

Trecho do rio São Francisco na cidade de Bom Jesus da Lapa (Foto: Miriam Hermes l Ag. A TARDE l 04.07.2015)
Diário
"... acalmem-se. Tem água na nascente. Vi com os meus próprios olhos e, melhor, senti com a minha própria boca. Uffa! Pelo menos uma ótima notícia", descreveu Marini sobre a visita ao local reconhecido como nascente do rio, e que estava seco em setembro do ano passado. Esse registro positivo foi o primeiro do diário de bordo que vai alimentar no site criado para esta aventura.
Todo o material captado durante a expedição será reunido em um documentário e um livro que, conforme o piloto, "será um presente para o Velho Chico que este ano comemora 514 anos desde a descoberta, em 1501, pelo também explorador Américo Vespúcio".
Para Marini, além de viver "uma grande aventura", ele e equipe têm a meta de somar forças com este trabalho para a preservação das histórias do rio e moradores ribeirinhos, contribuindo para a revitalização. "E que continue a ser um dos mais importantes cursos d'água da América do Sul", afirma.
Produção
O projeto Rastreando o Rio São Francisco foi iniciado há 13 meses com um minucioso planejamento que envolveu definição da rota, estudo das condições meteorológicas e predominância dos ventos nas regiões envolvidas.
Sem contar a formação da equipe, que também é determinante para o sucesso do empreendimento.