A analista técnica Cátia Varicachi mostra ponto de coleta
O consumo crescente dos aparelhos eletroeletrônicos, fruto da revolução tecnológica, e a redução da vida útil destes promovem o descarte inadequado de materiais como cartuchos de impressora, drives de computador, teclados, mouses, cabos, telefones, carregadores de celular, caixas de som, CDs e estabilizadores.
Alguns shoppings e empresas, como as de computação e telefonia, recolhem esses aparelhos e encaminham baterias e celulares para cooperativas de reciclagem [confira lista anexo].
No entanto, os pontos de coleta ainda são insuficientes e há falta de conhecimento da população sobre a necessidade da reciclagem e de noção da quantidade de substâncias químicas que os aparelhos contêm.
"O procedimento possibilita que itens, antes inutilizados, se tornem novos equipamentos eletrônicos ou mesmo sejam transformados em bijuterias, colaborando com o incremento de renda dos cooperados", afirmou Michelle Almeida, presidente da Cooperativa de Coleta Seletiva Processamento de Plástico e Proteção Ambiental (Camapet).
O descarte correto dos resíduos eletrônicos contribui para a preservação do meio ambiente, pois elimina a possibilidade de contaminação do solo e recursos hídricos com metais pesados, semimetais e outros compostos químicos que estão nos componentes internos de CPUs, notebooks, televisores e celulares, como o chumbo, mercúrio, cádmio, berílio, entre outros.
O contato direto com os elementos químicos por meio da inalação ou toque pode provocar distúrbios no sistema nervoso, problemas renais e pulmonares, câncer e outras doenças, podendo, inclusive, afetar o cérebro.
Reciclagem
O programa Recicla Já Bahia, que foi idealizado pela extinta Superintendência de Construções Administrativas da Bahia (Sucab) e que teve suas funções assumidas pela Superintendência de Patrimônio, da Secretaria da Administração (Saeb), mantém atualmente dez pontos de coleta de resíduos eletrônicos no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
A analista técnica da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado da Bahia (Secti), Cátia Varicachi, considera positivo o trabalho. "A gente consegue encher a caixa a cada 15 dias. É um ponto legal aqui no Parque Tecnológico para fazer esse trabalho, pois as empresas não tinham onde depositar", contou a servidora.
A coleta é realizada mensalmente com apoio da Camapet. De 2014 até hoje, já foram coletados 6.835 itens. O projeto tem como foco atender à demanda dos servidores para descarte de objetos trazidos de suas casas; ou seja, não são objetos tombados de órgãos públicos estaduais. A coordenadora do programa, Vanuza Gazar, afirma que "o equipamento é um local propício para abrigar uma caixa coletora pela natureza das atividades lá desenvolvidas".
Dentro de um mês, o Parque tem como previsão receber também pilhas e baterias - normais e alcalinas -, que são lixo tóxico.