PM usou helicóptero nas buscas pelos criminosos em matagal na BR-324
A diarista Maria de Fátima Ricardo Senna, de 36 anos, retornava para casa, em Cruz das Almas (recôncavo baiano), quando se viu em meio a um fogo cruzado na principal rodovia que corta a Bahia, na noite de quarta-feira, 13.
A van que a transportava passava pelo km 601 da BR-324, trecho onde policiais militares trocavam tiros com uma quadrilha especializada em roubos a bancos. Segundo versão oficial, três suspeitos morreram no confronto. No meio do tiroteio, Maria de Fátima acabou baleada no abdômem.
Ela chegou a ser levada para o Hospital Municipal de Simões Filho, mas não resistiu. De acordo com Adailton Sena, primo da diarista, ela foi atingida no momento em que tentava se proteger. "Os policiais mandaram ela sair da van e deitar no chão", comentou.
Em um áudio que circula no WhatsApp, uma pessoa chorando diz: "Meu Deus, a mulher que estava comigo levou um tiro. É a a de Sapucaia [povoado onde ela morava]". A voz é atribuída a um homem que seria motorista do veículo, cedido pela Secretaria de Saúda da cidade. O prefeito de Cruz, Ednaldo Ribeiro, usou uma rede social para lamentar o ocorrido.
"Quero registrar meus sentimentos a todos os familiares e amigos. Que Deus possa ser o refúgio e a força nesse momento tão triste para todos nós". O corpo da diarista foi e sepultado no fim da tarde desta quinta, 14, em Cruz das Almas.
Morreu como heroína
A diarista Maria de Fátima estava acompanha da filha adolescente no momento em que foi atingida. A jovem, que completou 16 anos ontem, só conseguiu sobreviver porque a mãe colocou o corpo sobre o dela, segundo parentes.
Um amigo da família disse que Maria de Fátima preparava uma festa surpresa para comemorar o aniversário da filha no fim de semana. Segundo o primo, Adailton Sena, as duas vieram a Salvador para visitar a sogra da diarista. Nas palavras dele, Maria de Fátima era "uma pessoa querida, alegre, amorosa e batalhadora".