Festa foi no bairro de Itinga, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador
O “paredão de som” para comemorar os 23 anos do mecânico Leonardo Silva Sodré, o Léo Ferrugem, terminou com a morte de uma adolescente de 13 anos e nove pessoas feridas – incluindo o aniversariante, que foi baleado de raspão no ombro direito.
As vítimas foram feridas durante um tiroteio que ocorreu por volta das 21h de domingo, 22, na Rua Adalice B. Fonseca, no Loteamento Jardim Pouso Alegre, em Itinga, Lauro de Freitas. A rua havia sido fechada por Leonardo para a realização da festa.
A adolescente Raíssa Lima Silva, 13, prima de Leonardo, foi baleada no pescoço e morreu antes mesmo de chegar à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro. Moradores disseram que ela participava da festa, assim como todas as pessoas baleadas.
As circunstâncias do crime ainda não foram esclarecidas pela polícia.
Cegos em tiroteio
Cinco pessoas, incluindo Léo, haviam prestado depoimento na 27ª DT (Itinga) até a tarde de ontem. Mas nenhuma delas soube descrever como se deu o tiroteio. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, as testemunhas contaram que o som estava muito alto e, por isso, só se deram conta do que ocorria quando os tiros começaram a ser disparados e correram para se proteger.
Os relatos das testemunhas indicam que havia apenas um atirador na festa e que ele não foi reconhecido por nenhum morador. Além disso, quatro testemunhas afirmaram em depoimento que Leonardo integra uma facção que comercializa drogas em Itinga.
Ele negou ser envolvido com crimes. No depoimento, o aniversariante contou que foi ameaçado por um traficante da região, o qual teria dito que o mataria se ele fizesse a festa. Ele disse ainda que foi ameaçado porque namora a ex-namorada desse traficante. Leonardo tem uma passagem pela 26ª DT (Vila de Abrantes) pelo roubo de uma moto, ocorrido há dois anos, ainda conforme a polícia.
Rixa e ataque
“Um bocado de gente invadiu a casa de minha mãe na hora no tiroteio. Isso aí foi rixa de Léo Ferrugem. Vieram para pegar ele”, afirmou um morador. Segundo ele, o tiroteio foi praticado por quatro homens que participavam da festa e aguardavam o “melhor” momento de atacar o rival.
Já uma moradora afirmou que os bandidos chegaram em um carro cinza. “Até em quem não tinha nada a ver eles atiraram”, disse a moradora. “A menina [Raíssa] caiu aqui na minha porta. Foi horrível, desesperador. Nunca ocorreu um negócio desse aqui”, completou ela.
A reportagem esteve na casa da família de Raíssa, mas nenhum parente quis falar sobre o caso. “A gente não vai dar reportagem nenhuma”, disse um homem.