Crianças brincam em afluente do rio do Santo, no oeste
Termina neste sábado, 25, com caminhada e celebração ecumênica na margem do rio, o 1º Encontro e Feira dos Povos do Rio Preto, que, desde esta sexta-feira, 24, reúne moradores das comunidades tradicionais de diversos povoados da zona rural do município, situado a 992 km de Salvador.
Participam, também, convidados de outras bacias hidrográficas da região oeste da Bahia, para marcar a passagem da semana dedicada ao debate sobre a água. Com parcerias de apoio, a organização é da Agência 10envolvimento, um braço da Diocese de Barreiras com ações nas áreas social e ambiental.
O evento fomenta a união das comunidades, incitando a reflexão por meio de discussões e palestras sobre a atual situação do cerrado.
A região é rica em nascentes, onde afloram mananciais que foram os rios, a exemplo do rio Preto, que deságua no rio Grande, um dos principais afluentes da margem esquerda do São Francisco.
“Um dos pontos altos é o lançamento do filme Gerações Geraizeiras, resultado de um projeto que analisa o conflito entre as comunidades tradicionais e os latifúndios, sofridos nos últimos 30 anos”, afirmou a engenheira agrônoma da 10envolvimento, Edite Lopes. Ela explicou que ‘geraizeiro’ é o povo que nasce e vive no Gerais, outra denominação do bioma cerrado.
“As comunidades que há décadas moram na bacia do rio Preto e de outros rios desta região são os verdadeiros guardiães das águas, da cultura e da biodiversidade, pois tiram da natureza o sustento, sem interferir negativamente no bioma”, disse a ativista ambiental.
A programação conta com exposição e venda de artesanato produzido pelas mulheres da comunidade de Cacimbinha – com materiais da vegetação de cerrado, como capim-dourado – e o lançamento do livro didático Saberes Ambientais do Cerrado, organizado pelos professores de geografia da Universidade Federal do Oeste de Bahia (Ufob) Valney Rigonato e Mario dos Santos.
Palestras
O professor Rigonato fez palestra nesta sexta, após a abertura, sobre o tema Educação contextualizada com o ambiente e a cultura do Gerais. A professora Ana Mapeli, também da Ufob, falou sobre A relação entre saúde e alimentação apropriada; valor alimentar e nutritivo das frutas do cerrado.
O encontro acontece no espaço Central Show, no centro da cidade, onde uma oficina vai ensinar sobre o preparo de remédios caseiros e culinária regional com produtos nativos. Uma noite com apresentações artísticas, nesta sexta, teve amostra da cultura enraizada nestas comunidades.
Entre outras parcerias, o evento tem o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, da paróquia Sagrado Coração de Jesus e da prefeitura de Formosa do Rio Preto. Também a Associação Pró-cultura se faz presente.