Protesto dos habitantes de Correntina em defesa da preservação dos rios da região
O Comitê Brasileiro de Defensores e Defensoras de Direitos Humanos (CBDDH), composto por representantes do Ministério Público Federal (MPF), organizações e movimentos sociais, participa nesta sexta-feira, 1º, de uma audiência convocada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), na cidade de Correntina, a 907 km de Salvador, no oeste baiano, sobre a redução da vazão dos rios da região, por causa da captação de água por empresas.
Na semana passada, o CBDDH já havia divulgado uma nota e expressou “extrema preocupação com o atual cenário em Correntina, em especial com a condução das investigações referentes às manifestações ocorridas neste mês, onde a população local questiona o poder público sobre a utilização indiscriminada da água do rio Arrojado por empresas privadas ligadas ao agronegócio”.
Nesta quinta, 30, o CBDDH manteve audiências na cidade com foco nas denúncias recebidas por parte da população, reclamando de diversas situações por parte dos investigadores que estariam infringindo os direitos dos cidadãos.
Os casos relatados de abuso de autoridade foram registrados, conforme os denunciantes, após a ocupação da fazenda Igarashi por cerca de 600 pessoas, quando máquinas, equipamentos e veículos foram destruídos. A partir deste fato moradores começaram a ser investigados e intimados a depor sobre sua participação nos protestos.
Durante esta quinta, enquanto uma parte da comitiva do CBDDH foi conhecer a região do conflito sobre a água do rio Arrojado, o outro grupo manteve um encontro com lideranças e moradores pela manhã e, à tarde, reunião com o prefeito e a secretária de Educação de Correntina, bem como com a delegada da Polícia Civil que está conduzindo os trabalhos investigativos.
A missão, organizada pelo Comitê, conta ainda com prepostos da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), Fórum por Direitos e Contra a Violência no Campo, Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Via Campesina.
Também compõe o grupo representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Comissão de Justiça e Paz, Movimento de Apoio ao Trabalhador Rural de Brasília e Associação de Advogados/as de Trabalhadores/as Rurais (AATR/Bahia).
A TARDE procurou a delegada que está à frente das investigações para que se posicione a cerca das acusações. No entanto, não obteve retorno até a publicação desta reportagem.