Parentes e amigos de quilombola morto foram à 22ª DT exigir que suspeitos presos paguem pelo crime
Placas com pedidos de justiça e gritos exigindo a criação de um júri popular para os acusado da morte do líder quilombola Flávio Gabriel Pacífico, de 36 anos, conhecido como Binho do Quilombo, marcaram o protesto de amigos e familiares, na manhã desta quinta-feira, 21, na porta da 22ª Delegacia Territorial (Simões Filho).
O protesto foi organizado após a notícia da prisão preventiva de Leandro da Silva Pereira, 34, conhecido como Léo, e Lucas de Souza, 21. Léo era conhecido pelos moradores do Quilombo da Caipora, no distrito de Palmares, onde, segundo foi informado por seu irmão, ele tem uma roça.
Eliane de Jesus, viúva de Binho, afirmou que a notícia de que a Léo estava preso, suspeito de participação no crime, chocou toda a comunidade. “Léo se apresentava a todos de lá como uma pessoa amiga. Foi uma surpresa para todos quando recebemos a informação e vimos a foto de dele”, revelou.
Elaine contou que viveu 19 anos com Binho e que até hoje seus filhos perguntam sobre o pai, acreditando que um dia ele irá retornar. Léo deverá ficar preso pelos próximos 30 dias, período da prisão temporária.
Controle da área
Durante o protesto, a irmã de criação de Binho, Claudineia Conceição, em entrevista ao site Simões Filho Online, revelou que o desejo da família é de que o caso seja levado a júri popular. Ela acredita que essa seja uma forma de evitar a impunidade.
Lembrou que seu irmão era uma pessoa de bem, que ajudava todos na comunidade, que por vezes retirava alimentos de sua casa para ajudar aos necessitados. Léo e Lucas foram ouvidos pelo delegado titular da 22ª DT, Ciro Palmeira, e ambos negaram participação no crime.
Informações extras-oficiais apontam que a motivação do crime seria a disputa pelo controle territorial do Quilombo, que possui certificação legal.