O Julgamento, que durou cerca de 10 horas, ocorreu um ano e quatro meses depois do crime
O comerciante Gilson de Jesus Moura, de 50 anos, acusado de atear fogo na casa da família e matar seus três filhos de 8, 9 e 13 anos, a enteada de 16 anos e o filho dela, em Feira de Santana (distante a 119 km de Salvador), foi condenado por júri popular a 112 anos de prisão, nesta quinta-feira, 10.
Ele também foi condenado por um aborto e duas tentativas de homicídio. O julgamento, que durou cerca de 10 horas no Fórum Filinto Bastos, aconteceu um ano e quatro meses após o crime. Ele, que alegou ter tido um surto durante uma crise de ciúmes, colocou fogo na casa da família no dia 4 de janeiro do ano passado.
De acordo com depoimento de vizinhos, as vítimas chegaram a acordar, mas não conseguiram sair de dentro do quarto, onde morreram carbonizadas. A mulher de Gilson e uma filha do casal, de três anos, foram salvas pelos vizinhos, que conseguiram arrombar a porta antes que o fogo tomasse conta de todo o imóvel. No entanto, as duas ficaram feridas.
Gilson colocou fogo na casa enquanto a família dormia (Foto: Lúcio Távora | Ag. A TARDE | 04.01.2017)
Requintes de crueldade
O julgamento foi presidido pela titular da Vara do Júri da comarca de Feira de Santana, juíza Márcia Simões Costa. A acusação argumentou que os crimes cometidos tiveram requintes de crueldade.
Enquanto o Ministério Público pediu a pena máxima ao réu - lembrando que ele jogou gasolina nos móveis da família, colocou fogo e trancou a casa com todos dentro -, a defesa pediu a absolvição, refutando a qualificação de motivo fútil, a acusação de feminicídio e responsabilidade do réu sobre o aborto, considerando que uma das vítimas estava grávida.
Durante as investigações, testemunhas revelaram que Gilson sempre teve ciúmes da companheira e que, inclusive, haviam terminado por causa das brigas e agressões que ela sofria. Entretanto, antes da tragédia, reataram o relacionamento.