Uma comissão foi formada para discutir estratégias de segurança para os condutores | Foto: Rafael Martins | Ag. A TARDE
Um mês após a chacina que vitimou quatro motoristas por aplicativo, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), representantes das empresas Uber e 99, e o Sindicato dos Motoristas por Aplicativos e Condutores de Cooperativas do Estado da Bahia (Simactter-BA) se reuniram nesta quinta-feira, 9, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, em busca de soluções para combater a violência contra a categoria.
De acordo com o secretário, Maurício Barbosa, as conversas na busca por soluções de ampliação do mecanismo de segurança são anteriores ao ocorrido com os quatro motoristas no início do ano. Para melhorar a integração entre as partes, foi revelado a criação de um grupo de trabalho com a responsabilidade
"Nós vimos que as empresas possuem ferramentas que se assemelham muito com o que utilizamos, como por exemplo o Reconhecimento Facial, mas também de acionamentos mais rápidos do 190 através de aplicativos. As plataformas tem condições de se integrarem mais rápido de intermediar o diálogo dos motoristas das empresas com as forças de segurança do estados", afirmou Maurício.
Questionado sobre a forma de funcionamento desse grupo, o secretário deu mais detalhes sobre o projeto. "Vamos ouvir os motoristas de aplicativos mediante seus representantes, que já têm uma pauta de reivindicação, bem como também as empresas, para que depois dos 30 dias a gente traga ações de segurança e melhorias para os profissionais de transporte. São demandas que não são discutidas em uma única reunião. É preciso estudar qual a unidade de atendimento para esses profissionais, a forma de comunicação das ocorrências nas delegacias especializadas, seja a Furto e Roubos, bem como a PM e Polícia Técnica", destacou,
Após a reunião, o presidente do Simactter-BA, Átila do Congo, falou sobre a importância dessa integração envolvendo os motoristas com os órgãos públicos e a forças de segurança. Segundo ele, se as medidas propostas pela categoria houvessem sido acatadas, o crime contra os quatro motoristas poderia ter sido evitado.
"Hoje é muito claro, 80% dos crimes cometidos contra motoristas de aplicativos poderiam ser evitados se as empresas adotassem algumas medidas. No caso da chacina, se todas as pautas de reivindicação da categoria fossem adotadas, com certeza seriam evitadas, no mínimo, três mortes", afirmou Átila do Congo.
Os representantes das plataformas por aplicativo avaliaram como positiva o encontro ocorrido nesta quinta e disseram que seguem abertos ao diálogo com o poder público, motoristas e sociedade para contribuir com a segurança pública do Estado. A empresa participará das reuniões que serão agendadas pela secretaria e reitera que segurança é uma prioridade. Por isso, investe continuamente para proteger motoristas e passageiros antes, durante e depois das corridas.
"Anunciamos em novembro que será possível gravar áudios no aplicativo. Tanto o motorista quanto o usuário, poderá gravar o áudio das viagens e submeter aquilo para abrir uma reclamação. Outra ferramenta, que estamos testando no Chile, é a ferramenta de verificação do documento do usuário. Além disso, também tem o botão que liga para a polícia direto do aplicativo. Nos Estados Unidos e México, por exemplo, esse botão compartilha a localização da viagem em tempo real com a polícia. Queremos trazer isso ao Brasil e integrar junto com a secretaria. A ideia é que possamos evoluir essas conversas para esses e outros projetos" revelou Márcio de Mello, assessor de comunicação da Uber.
Por fim, o representante da empresa de transporte ratificou a necessidade de estar sempre aperfeiçoando os sistemas de modo que seja possível garantir a máxima segurança de motoristas e usuários.
"Já estamos desenvolvendo ferramentas que tragam mais mecanismos de segurança para os motoristas e usuários. Essa reunião é um primeiro passo para trabalharmos também em conjunto com a SSP no sentindo de construir soluções em conjunto. Entendemos que, no que diz respeito a segurança, o trabalho nunca termina. Estaremos sempre aprimorando aquilo que já existe", concluiu Márcio.
*Sob a supervisão do editor Nelson Luis