O movimento grevista, acontece em nível nacional | Foto: Luciano Carcará | Ag. A TARDE
Os petroleiros anunciaram nesta quarta-feira, 29, que a categoria vai entrar em greve por tempo indeterminado a partir desse sábado, 1°, devido o descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e as demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen).
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus 13 sindicatos já enviaram na terça, 28, comunicado à gestão da Petrobrás e das subsidiárias, informando o início da greve, a partir do primeiro minuto de sábado.
O movimento grevista, acontece em nível nacional e foi decidido após realizações de assembleias com os trabalhadores em todas as unidades do Sistema Petrobras no Brasil.
De acordo com o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro), os petroleiros irão garantir o abastecimento da população durante todo o movimento grevista.
Descumprimento do ACT
A Sindipetro afirma que as demissões e transferências em massa que estão ocorrendo no Sistema Petrobras em função das privatizações e fechamento de unidades ferem os acordos de trabalho pactuados com as representações sindicais.
De acordo com a FUP, menos de três meses após a assinatura do ACT, os gestores da empresa seguem desrespeitando o que pactuaram com as representações sindicais. Além disso, atropelam legislações e o próprio processo de negociação ao impor decisões unilaterais, à revelia dos sindicatos e da vontade dos trabalhadores.
As representações sindicais questionam: tabela de turno, banco de horas, hora extra na troca de turno, relógio de ponto, interstício total, PLR, mudanças na Assistência Médica Supletiva (AMS), transferências arbitrárias de trabalhadores, demissões individuais e seletivas.
Também questionam a demissão em massa em uma empresa 100% Petrobras, sem que fosse dada qualquer alternativa aos trabalhadores. O Conselho de Administração da Petrobras definiu que a Fafen Paraná será fechada e haverá demissão coletiva de 396 trabalhadores próprios, além de 600 terceirizados que terão seus contratos rescindidos por conta do encerramento das atividades na fábrica.
“Conseguimos fechar o ACT após uma negociação intensa. Foram mais de quatro meses, com a intermediação do Tribunal Superior do Trabalho e com todo tipo de pressão e assédio por parte da gerência e agora em menos de três meses após a assinatura do ACT, a Petrobras rasga esse acordo descumprindo um dos itens mais importantes para a categoria que diz respeito à garantia do emprego. Isso é inaceitável”, afirmou o diretor de comunicação do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa.
A Sindipetro afirmou que dará inicio ao processo de organização da greve, com a promessa de que esse movimento seja forte e consiga atender aos interesses da categoria.