Cerca de 200 moradores da zona rural de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, realizaram um protesto neste sexta-feira, 14, caminhando 10 km pela Estrada da Tiririca até Barra do Pojuca para pedir mais segurança na estrada vicinal que dá acesso à BA-099, mais conhecida como Estrada do Coco, que ficou interditada por cerca de duas horas.
Eles reclamam de animais soltos, falta de acostamento, iluminação e plantas invadindo a pista, fatores que diminuem a segurança e tem ocasionado acidentes, inclusive com mortes.
O caso mais recente foi de Gilson Batista, 20 anos, que morreu no mês passado quando a moto que pilotava a caminho do trabalho, se chocou com um cavalo solto na pista.
“Nós estamos cansados de chorar a morte dos nossos jovens e não ver nenhuma iniciativa do governo”, afirmou a moradora da comunidade de Tiririca, Delzuite Torres, justificando a organização do protesto, “porque queremos que as autoridades resolvam esses problemas o mais urgente possível”.
Ela destacou que antes, em outubro de 2016, morreu o jovem José Nilton Silva dos Reis, nas mesmas circunstâncias, ao colidir a moto contra um cavalo enquanto trabalhava. “Não podemos mais esperar que outros moradores da região morram deste jeito, pois até hoje ninguém fez nada pra resolver isto”, reclamou.
O movimento contou com o apoio do maestro Fred Dantas, que tem dois projetos nesta região a Fundação Eco-Educativa Fred Dantas e a Escola Ambiental. Ele afirmou que além dos animais na pista, a planta exótica sanção do campo, também conhecida como sabiá de espinho, tem um crescimento desordenado na região e cresce invadindo a pista nos dois sentidos, o que reduz a visibilidade e aumenta o perigo.
“Ocorre que, nesta região com umidade maior (que seu local de origem, a região de semiárido), o sansão tem se tornado um problema. Passou a crescer em um ritmo muito mais acelerado que qualquer outra planta nativa ou árvores frutíferas”, explicou, cobrando um projeto de erradicação da planta nesta região.
Reivindicações
Irmão de Gilson, que era mais conhecido como Gilsinho, Gieliton Silva Santos participou do movimento desta sexta e também cobrou maior presença do governo municipal.
“Além dos animais soltos que precisam ficar presos e da poda das plantas que estão invadindo a estrada, nós precisamos de iluminação e acostamento, porque está muito perigoso circular por aqui”, afirmou, dizendo que a dor da família pela perda do ente querido “vai ser difícil de sarar”.
O A TARDE encaminhou demanda para a assessoria da prefeitura de Camaçari, solicitando uma posição sobre as reivindicações dos manifestantes. No entanto, até a publicação desta reportagem, não obteve retorno.