A ação atuará na captação de recursos, itens alimentícios e de higiene pessoal | Foto: Ascom | SPM-BA
Quando o assunto é impacto social e econômico, as mulheres estão entre os grupos mais afetados pelas consequências das medidas sanitárias e de isolamento social, necessárias para o combate do Coronavírus. Pensando nisso, a fim de minimizar essas dificuldades, a Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia (SPM-BA), lançou ontem, a Rede Mulher Solidária, com a parceiria de diversas instituições. A ação atuará na captação de recursos, itens alimentícios e de higiene pessoal que vão compor o kit Mulher Solidária e serão distribuídos para mulheres em condições de vulnerabilidade social de Salvador e cidades mais afetadas pela doença. A expectativa é de que as doações alcancem 15 mil mulheres chefas de família monoparentais.
Para quem quiser ajuda, um dos postos para arrecadar donativos, instalado no Corpo de Bombeiros, na avenida ACM, em Salvador, começou a funcionar (24h) e estará disponível para receber as colaborações. Além disso, outros dois postos começam a funcionar a partir de sexta-feira, 12, no Teatro Castro Alves (com funcionamento das 8h às 14h) e no Shopping Barra (das 12h às 18h). A iniciativa receberá também doações em dinheiro por meio de depósito no Banco do Brasil, agência 3832-6, conta 993.527-4, CNPJ 13.763.132/0001-17. Dessa forma, a conta estará disponível ainda esta semana. Outras informações podem ser solicitadas através do endereço eletrônico no e-mail redemulher@spmba.ba.gov.br. Os kits terão também, orientações sobre o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres e ao Coronavírus.
Com relação a captação e distribuição dos kits e da avaliação das ações solidárias, um comitê gestor interinstitucional, suprapartidário, ficará responsável. Porém, a Rede está aberta também, à participação de organizações de mulheres dispostas a colaborar. A medida reúne representantes da Defensoria Pública (DPE-BA), do Tribunal de Justiça (TJ-BA), Ministério Público da Bahia (MP-BA), da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-BA) por meio da Câmara da Mulher Empresária (CME), e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Bahia). A Rede tem o suporte do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBM-BA) e da Procuradoria Geral do Estado (PGE), além do Teatro Castro Alves (TCA) e do Shopping Barra.
Para a representante de Fecomércio, Rosemma Maluf, a iniciativa é de grande importância nesse momento e em especial às mulheres. "As mulheres têm sido vítimas, não somente da violência doméstica que aumentou muito, como também nos empreendimentos liderados. A maioria dos negócios liderados por mulheres são pequenos e com essa pandemia e o fechamento do comércio, algumas empresas estão faturando praticamento zero. Hoje tem muita mulher que sustenta a família vendendo bolo, doces e outras coisas. Que essa rede se fortaleça como cultura. Vamos disseminar a proposta e o objetivo das Rede para arrecadar materiais", frisou.
A Rede Mulher Solidária irá atender especialmente as mulheres chefas de família monoparentais [mulheres que criam seus filhos sozinhas]. Conforme um estudo realizado em 2018 pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), em parceria com a SPM-BA, a partir de dados do IBGE, na Bahia são quase três milhões de pessoas que compõem essas famílias, correspondendo cerca de 19% da população e 44% das composições familiares. E com isso, as chefas de família monoparentais representam grande parte do contingente de trabalhadoras informais, que estão entre as mais vulneráveis nesse período de pandemia.
E também, ainda segundo uma análise do SEI/SPM-BA, na capital baiana e região metropolitana, são aproximadamente 38 mil famílias monoparentais em situação de extrema pobreza. Desse quantitativo, cerca de 30% dessas mulheres recebem menos de R$ 178 per capita por mês. Com isso, a iniciativa compreende que "somente a união de esforços e o empenho dos governos e da sociedade possibilitarão vencer a pandemia no tempo mais breve possível e minimizar os impactos na parcela mais vulnerável da população, que ocupa a base da pirâmide social", consta no comunicado, disponibilzado no site do Governo do Estado da Bahia.
*Sob supervisão da jornalista Meire Oliveira