Hóspedes agredidos prometem entrar com processo na Justiça contra o hotel, por danos morais e psicológicos | Foto: Reprodução
A Polícia Civil (PC) solicitou, nesta terça-feira, 2, imagens de câmeras de segurança do resort de luxo Vila Galé Marés, localizado na praia de Guarajuba, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), a fim de esclarecer as circunstâncias da agressão envolvendo hóspedes, no último sábado, 27.
O corretor de imóveis Augusto Amorim, de 29 anos, a psicóloga Valentina Baldino, de 30 anos, o bancário Bruno Braga Figlioli, 31 anos, e o médico Renato Hideki Inque Akiyama, de 32 anos, que vieram aproveitar as férias no hotel, acusam o empresário do Distrito Federal (DF) Leonardo Bruno de Oliveira Freitas, de 29 anos, e seus familiares de agressões verbais e físicas, após reclamação de comportamento inadequado do filho de Leonardo, uma criança de 4 anos, na área da piscina.
“Estávamos tomando banho na piscina e o menino jogando água na gente. Pedimos a avó para chamar a atenção, mas ela se exaltou e disse que a gente não gostava de criança. Logo depois, pai, mãe e avó da criança, além de uma outra pessoa, reuniram-se na beira da piscina. De repente, o pai veio tirar satisfação e, nesta hora, só lembro de a Valentina receber um soco. O namorado dela, Augusto, tentou ajudar e acabou agredido”, conta ao Portal A TARDE.
Valentina disse que levou dois socos no rosto e no olho, tapas e empurrões. “Não estou conseguindo enxergar direito. Estou com muita dor no corpo, na minha mandíbula". Ainda segundo Renato, seu marido, Bruno, e ele ainda pediram ajuda da segurança do hotel e também foram golpeados no rosto. Os quatro acusam os funcionários do hotel de negligência, uma vez que não tiveram iniciativa em solucionar o problema. As agressões só cessaram após a intervenção de um Policial Militar (PM), que estava hospedado no hotel.
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"A gente não conseguiu apoio das autoridades locais, muito menos do hotel. As pessoas não foram expulsas do hotel, o agressor continuou no resort, não foi preso”, protesta Valentina.
Boletim de Ocorrência
Os envolvidos foram prestar queixa na 33ª Delegacia Territoral (33ª DT) de Monte Gordo e assinaram um Termo Circunstanciado por lesão corporal.
Em nota, a assessoria da Polícia Civil se limitou a informar que “a 33ª DT/ Monte Gordo apura um desentendimento ocorrido num hotel em Guarajuba, envolvendo seis hóspedes”. De acordo com publicação no portal UOL, no boletim de ocorrência, o homem apontado como autor do ataque se refere ao episódio como uma "briga generalizada". Ele não foi localizado para dar sua versão sobre o caso.
Hóspedes foram agredidos com socos e tiveram que ser atendidos em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) | Foto: Arquivo Pessoal
Processo
“A gente busca Justiça. Da família, a gente quer nem mais nem menos. A gente só quer que eles aprendam que o que eles fizeram foi errado. Do hotel, a coisa fica mais séria, por causa dos danos psicológicos e morais que eles causaram na gente, por falta de estrutura e segurança”, afirmou Renato.
Augusto e Valentina retornaram nesta segunda-feira, 1º, para Florianópolis, onde vivem. Já Renato e Bruno, naturais de São Paulo, permanecerão no resort até esta quarta-feira, 3, quando seguem para outro destino na Bahia. Eles até tentaram antecipar a saída, mas não seriam restituídos do valor das reservas. Como garantia, o hotel ofereceu um voucher para hospedagem em qualquer unidade do Vila Galé, mas Renato foi categórico: “Desculpa. Eu não quero chegar perto de um Vila Galé nunca mais na minha vida”.
O outro lado
O Vila Galé Marés tratou o caso como um incidente pontual. Por meio de nota, informou que, diferente da acusação de negligência dos funcionários, "as chefias e seguranças foram até o local e a polícia foi chamada. Em seguida, foi disponibilizado um carro para que os envolvidos fossem levados à Unidade de Pontro Atendimento (UPA) mais próxima, rapidamente". E finaliza: "a Vila Galé repudia e não compactua com qualquer ato de violência. Todas as medidas cabíveis foram tomadas e informamos, ainda, que já estão em curso medidas adicionais de segurança no hotel e que estamos colaborando com a investigação em curso".
No mais, foi oferecida troca de hospedagem para o hotel de Salvador e a devolução dos valores, para ambos os grupos, porém nenhum dos dois lados aceitou nenhuma das duas ofertas do hotel.
Mesmo sob decreto estadual de toque de recolher, em vigor desde a última sexta-feira, 26, por causa do agravamento da pandemia da Covid-19 na Bahia, o setor hoteleiro estava autorizado a funcionar. Segundo as vítimas, as dependências do estabelecimento estavam cheias de hóspedes e muitos, sem máscaras, não respeitaram as medidas de distanciamento social