Governador reafirmou que esta é uma greve política
O governador Jaques Wagner afirmou na tarde desta quarta-feira, 16, que os policiais militares quebraram um acordo estabelecido com o governo durante as reuniões anteriores ao início da greve.
A acusação foi feita durante uma coletiva de imprensa, realizada após uma reunião do governador com autoridades para avaliar os trantornos da greve da PM e tomar decisões para resolver a situação.
Para o governador, não havia possibilidade de ocorrer a greve, principalmente porque a negociação não estava relacionada à questão salarial.
De acordo com Wagner, o governo não possui condições de pagar o reajuste pedido pela categoria, já que ainda está pagando o aumento salarial concedido em 2012.
"Esta greve tem um caráter político, porque está sendo conduzida por dois candidatos", reafirmou o governador, em referência a Marco Prisco, candidato a deputado estadual pelo PSDB, e Capitão Tadeu, que é deputado estadual pelo PSB e deve concorrer a uma das vagas para deputado federal.
Greve inconstitucional
O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) considerou que a greve é inconstitucional, segundo informou o procurador-geral do Ministério Público Estadual, Márcio Fahel. "A constituição diz que os militares e equiparados à condição militar não podem fazer greve". Fahel enfatiza que há punições previstas para os envolvidos no movimento, que estão sendo identificados por um serviço de inteligência formado por órgãos estaduais e federais.
Força Nacional
Em relação à chegada das Força Nacional à Bahia para suprir a ausência dos policiais, são esperados cerca de 2,5 mil militares até esta quinta, 17, além dos outros 4 mil que da 6ª Região Militar (Bahia e Sergipe) que já estão no estado.
A negociação é feita pelo comandante da 6ª Região Militar, Racine Bezerra Lima, e pela secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-BA). Após a solicitação de tropas federais, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto de Garantia da Lei e Ordem, autorizando o emprego das Forças Armadas na Bahia. As tropas estão autorizadas a realizar patrulhas, vistorias e prisões em flagrante.
De acordo com o general Racine, a maior parte das tropas ficará em Salvador, por conta do grande contigente populacional, mas podem ser deslocadas para outros municípios que tenham necessidade.