A organização da 10ª Parada Gay da Bahia inicia neste final de semana a divulgação de um vídeo institucional contra a homofobia. O material faz parte da campanha para coibir a violência praticada contra homossexuais e serve ainda de convocação para o evento, que acontece em 11 de setembro, em Salvador. Além do vídeo, haverá outdoor, cartazes e folhetos onde o GGB (Grupo Gay da Bahia), além de convidar para o desfile, orienta sobre o combate à homofobia.
“É muito difícil mudar comportamentos históricos, mas acreditamos que a informação correta e a educação libertadora têm poder de transformar homofóbicos em aliados” acredita o antropólogo Luiz Mott, fundador do GGB e decano do movimento gay no Brasil.
No vídeo, um pai lamenta que o filho dele é homofóbico e motivado por esse ódio agride e mata homossexuais. A criação é da agência Propeg, que buscou trabalhar com o imaginário invertido popular do possível “desgosto” e desapontamento quando pai ou mãe acabam descobrindo que tem um filho gay ou filha lésbica.
Assista ao vídeo da campanha da 10ª Parada Gay da Bahia:
O GGB divulgou em janeiro último um relatório anual de assassinato de homossexuais no Brasil, com base em dados de 2010. Foram documentados 260 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no país no ano passado, 62 a mais que em 2009 (198 mortes), um aumento de 113% nos últimos cinco anos (122 em 2007).
Dentre os mortos, 140 gays (54%), 110 travestis (42%) e 10 lésbicas (4%). O Brasil confirma sua posição de campeão mundial de assassinatos de homossexuais: nos Estados Unidos, com 100 milhões a mais de habitantes, foram registrados 14 assassinatos de travestis em 2010. O risco de um homossexual ser assassinado no Brasil é 785% maior que nos Estados Unidos.
A Bahia, pelo segundo ano consecutivo, lidera a lista macabra: 29 homicídios, seguida de Alagoas, com 24 mortes, e Rio de Janeiro e São Paulo com 23 cada. Rio Grande do Norte e Roraima registraram apenas um assassinato cada. Se relacionarmos a população total dos estados com o número de LGBT assassinados, Alagoas repete a mesma tendência dos últimos anos: é o Estado que oferece maior risco de morte para os homossexuais, cujo número de vítimas ultrapassa o total de todos os estados juntos da região Norte do país. Maceió igualmente é a capital onde mais gays são assassinados: com menos de um milhão de habitantes, registrou 9 homocídios, contra 8 em Salvador (3 milhões de habitantes), 7 no Rio de Janeiro (6 milhões de hab.) e 3 mortes na cidade de São Paulo, com 10 milhões de habitantes.
A 10ª Parada Gay da Bahia terá concentração a partir das 11hs do dia 11 de setembro, no Campo Grande, Centro de Salvador. A previsão de final do evento é para às 21h. É uma realização do GGB e tem como apoio, Governo da Bahia, através da Secretaria de Turismo, Bahiatursa, Secretaria de Cultura e Prefeitura de Salvador.