Os edifícios tombados individualmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), junto com o tombamento provisório do Comércio, são os primeiros erguidos naquele trecho aterrado entre as décadas de 1910 e 1930. Os prédios estão na Praça da Inglaterra e na Rua Miguel Calmon, que foram as primeiras áreas ocupadas do grande aterro ainda nos anos 1920 e 1930. O apogeu desse período começou durante o segundo mandato do governador do Estado J.J. Seabra (1920-1924).
Os prédios portentosos refletiam a economia da época. Foram construídos por exportadores e bancos que serviam aos comerciantes. Ali se faziam os negócios de exportação que movimentavam a cidade. Naquela fase, reconfirmava-se a vocação de centro financeiro da ex-capital. A estética importada da Europa aparecia nos detalhes decorativos.
O eclético que ocorreu entre o final século XIX e início do XX, que já tinha se instalado nas residências do Corredor da Vitória, passava a se avizinhar dos prédios coloniais de no máximo quatro andares, que se assemelham aos do centro de Lisboa, Portugal.
Na decoração, havia o dourado, corrimãos para escadas de mármore, brasões nas fachadas, bustos de personalidades em bronze. As edificações ousaram ficar mais altas, respeitando a distinção entre os patamares da Cidade Baixa e da Alta.
A construtora Christiane & Nielsen era dinamarquesa e edificou a maior parte dos prédios do Comércio, como três dos oito tombados provisioriamente pelo Iphan, com a publicação de 24 de outubro: Bristish Bank of South America, Bank of London & South America e Banco Econômico. A mesma que construiu o Colégio Iceia, projeto de Diógenes Rebouças; Instituto do Cacau, tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac); Palace Hotel, na Rua Chile; e Elevador Lacerda, do jeito que ele é hoje.
Com exceção do prédio dos Correios, na Praça da Inglaterra, cujo estilo é art decò, da década de 30, todos os demais são ecléticos, da década de 20.
*Colaborou Valmar Hupsel Filho