Acusado de participar do homicídio de Yan Milton de Souza, 33 anos, assassinado após reagir a um assalto praticado por jovens de classe média, em frente à boate Fashion Club, no dia 2 de julho deste ano, Christian de Jesus Oliveira, 18 anos, que passou no vestibular de direito da Unime, não compareceu à acareação, que seria realizada, ontem à tarde, na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV). Argumentando que a falta seria suficiente para um pedido de prisão, a delegada Marilda da Luz solicitou a detenção preventiva do jovem.
A acareação estava marcada para as 15 horas, mas, bem antes disso, muitos advogados passaram a circular na unidade. Os jovens já presos, que estavam custodiados na carceragem do Departamento de Polícia Interestadual e Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos, chegaram à DRFRV por volta das 15h30. A espera maior era por Christian, que seria colocado, pela primeira vez, cara a cara com os colegas, que dizem que ele participou da tentativa de roubo que culminou com a morte do policial, apesar de o jovem negar.
A espera para a acareação, que seria acompanhada pelos promotores Paulo Gomes e Ana Rita Cerqueira Nascimento, ambos integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Orga-nizado, foi longa. Por volta das 17 horas, a delegada resolveu anunciar que a acareação não mais aconteceria ontem à tarde.
ENTRELINHAS – Em poucos minutos, passaram a circular boatos de que o juiz Abelardo Paulo da Matta Neto, titular da 8ª Vara Crime, havia decretado a prisão de Christian e que, por isso, ele não havia comparecido à acareação.
O que ocorreu é que, enquanto a imprensa aguardava a chegada de Christian à unidade, os advogados dele formulavam e davam entrada com o segundo pedido de habeas corpus preventivo.
Segundo o defensor José Francisco Santana Neto, algumas horas antes da acareação eles tiveram informação de que a delegada havia solicitado à Justiça a prisão preventiva de seu cliente. “Nós queríamos ter comparecido à acareação, mas tivemos que correr para garantir a integridade física de nosso cliente. A polícia achava que a prisão seria decretada enquanto o jovem ainda estivesse na delegacia”, reclamou Neto.
A delegada disse que vai aguardar a decisão do juiz quanto ao pedido da prisão preventiva do jovem, que alega inocência. “Ele tinha que ter comparecido à acareação, porque temos que responder a algumas perguntas. Quanto à participação dele na quadrilha, não temos mais dúvidas”, explicou a delegada titular da Delegacia de Repressão a Roubos de Veículos.