Oficialmente a Embasa não admite, mas a presença de baronesas, vegetação aquática que surge em locais de grande concentração de coliformes fecais, no espelho dágua que forma o lago da Barragem do Cobre, indica que a água está contaminada. Na barragem, a estação de tratamento está desativada desde o ano passado, assim como os três filtros e as bacias de acumulação, onde são feitos os primeiros tratamentos da água bruta que sai dos vertedouros da barragem.
A menos de 10 metros de uma das bacias de acumulação, uma vala de esgoto corre a céu aberto. Eles utilizaram um trator para aprofundar a valeta e evitar a contaminação, mas a água já desce em direção ao parque completamente suja, disse um funcionário de uma empresa contratada pelo Programa Baia Azul para monitorar o atual estado de funcionamento dos equipamentos da barragem.
CUIDADOS Segundo a Embasa, quando a água é destinada para o consumo humano, o tratamento é iniciado nas barragens, mediante a proteção dos mananciais. O objetivo é evitar a poluição por detritos, impurezas e lançamentos de origem doméstica, agrícola ou industrial, que prejudiquem a qualidade da água a ser captada para o abastecimento. Um serviço de hidrobiologia controla o crescimento excessivo de algas e outros microorganismos, através de análises de rotina que possibilitam alertar quando a concentração ultrapassa mil microorganismos por centímetros cúbicos.
Na área da barragem, apesar da proibição, animais e crianças tomam banho no lago. A gente fica com o corpo coçando o tempo todo, diz o garoto André Santos Silva, que dava banho num cavalo na borda do lago da barragem. Na parte baixa, já próximo à foz, o Rio do Cobre carrega ainda mais poluição, acrescido dos detritos que são carreados pelo Rio Mané Dendê, um dos seus afluentes, e pelos dejetos das casas próximas ao manguezal da Enseada do Cabrito, onde desàguam.