Com a medida, empresa obriga moradores de Camaçari a pagarem pedágio
ROBERTO PIRES
Mais um capítulo da novela que tem como protagonistas a Concessionária Litoral Norte (CLN) e os usuários habituais da Estrada do Coco, que preferem utilizar a via alternativa e não pagar o pedágio R$ 4 nos dias de semana e R$ 5 nos fins de semana e feriados, para carros pequenos. Ontem, uma manifestação de moradores e integrantes do Movimento Pedágio Livre agitou o local de acesso à estrada Várzea Grande, também conhecida como Vargem Grande entre a população, quando foi instalado o guard rail para bloquear a passagem.
Enquanto cerca de meia dúzia de operários participavam da operação, sob o olhar de funcionários da CLN, que se recusavam a comentar a decisão da empresa de fechar a via alternativa, os manifestantes esbravejavam. A Polícia de Choque garantia a realização do trabalho, que até as 18h45 não havia sido concluído. No entanto, algumas pessoas mais revoltadas comentaram que iriam retirar o guard rail por volta das 3 horas da madrugada.
Os manifestantes disseram que a movimentação começou às 9 horas da manhã da quarta-feira, com a chegada da Polícia Rodoviária. Não é justo para o cidadão do município pagar imposto e ainda ter que gastar com pedágio. Ele divide o município ao meio e cerceia o direito de todos, indignou-se Ademar Delgado, secretário de Planejamento e Meio Ambiente da prefeitura de Camaçari e ex-coordenador do Movimento Pegágio Livre, em ação há quase seis anos.
Por meio de Várzea Grande, os moradores chegam à Via Cascalheira, depois a Las Palmas e saem adiante do pedágio. Na última sexta-feira, a CLN fechou esta via gratuita, que foi desbloqueada no sábado pelos contestadores. Eles criticam o pagamento do pedágio. A professora Kadja Guedes, da Faculdades Jorge Amado, na Paralela, e moradora de Arembepe, por exemplo, contou que certo dia, ao esquecer as provas dos alunos em casa, teve que voltar e acabou gastando R$ 12, passando três vezes no pedágio
E a briga continua. Eles blefaram. Alegam que a liminar (impeditiva do bloqueio) não existe. O munícipio nem foi citado sobre a colocação do muro de proteção, afirmou Luiza Maia, vereadora do PT e primeira-dama de Camaçari. Em nota oficial, a assessoria jurídica da Concessionária Litoral Norte contesta: Na questão judicial existente entre a Prefeitura de Camaçari e a CLN, ainda em andamento, a última ordem judicial que está a prevalecer é a decisão da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, que cassou a liminar da juíza de Camaçari.