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Oitenta por cento das famílias que não têm casa própria e que moram em Salvador não têm condições de ter acesso às linhas de financiamento para a aquisição de imóvel. A cidade tem um déficit habitacional de em torno de 110 mil unidades, e, do total de imóveis habitados, 330 mil são considerados precários.
A constatação faz parte do relatório elaborado pela Secretaria Municipal de Habitação, que mostra que esse mesmo índice (80%) das famílias que não têm casa própria tem renda familiar entre um e três salários mínimos. Na avaliação do subsecretário para Assuntos da Defesa Civil, Edson Pitta Lima, para essas famílias, “a casa tem que ser subsidiada com recursos públicos e ser cobrada apenas uma taxa simbólica”.
A secretaria não sabe especificar a disponibilidade de áreas públicas pertencentes ao município que ainda possam ser usadas para a implantação de projetos habitacionais. Estima-se que menos de 10% das terras do município ainda se prestem à implantação desses programas. Contudo, essas terras estariam em mãos de imobiliárias ou em áreas de proteção ambiental.
ESPAÇO – Para o subsecretário, o que existe é um adensamento desproporcional em determinadas áreas da cidade, com habitações horizontais, que dificultam a implantação não apenas de novas políticas habitacionais, mas de infra-estrutura e de lazer.
Segundo explicou, bairros como o Nordeste de Amaralina, o de maior densidade populacional de Salvador, só têm condições de se expandir se houver um ordenamento habitacional. Em outras áreas, como São Marcos, onde há quatro anos a prefeitura aguarda a liberação de recursos para implantação de projetos de requalificação habitacional, é preciso um reordenamento das moradias “permitindo a implantação de vias de acesso e áreas de lazer, graças à construção de unidades multifuncionais para até 16 famílias”.