As mulheres chegaram ao século XXI carregando os troféus obtidos nas suas batalhas por igualdade. São herdeiras do pioneirismo de atitudes como as adotadas por aquelas que, no começo do século XX, foram às ruas lutar pelo direito de votar e sacudiram a sociedade da época. A tal ponto que foram tidas como loucas, incendiárias e destruidoras de lares.
Vencedoras, elas ainda não podem saborear todas as suas conquistas. Hoje, Dia Internacional da Mulher, em ano de eleição, vale refletir sobre a ainda tímida representação feminina, que na Câmara dos Deputados ocupa apenas 8,18% das vagas.
Na Assembléia Legislativa da Bahia, a presença delas é ainda mais reduzida: apenas duas mulheres fazem parte do grupo de parlamentares. Maioria no mercado de trabalho, ainda recebem menos do que os homens. E quando são negras, o abismo da desigualdade fica ainda maior.
Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), por exemplo, as afro-brasileiras recebem apenas 39,2% do salário pago aos homens não-negros (brancos e amarelos). Ou seja, o cotidiano das mulheres continua a ser de luta.