Nas três escolas públicas da Invasão Planeta dos Macacos – Barbosa Romeu, Municipal de São Cristóvão e Juiz Oscar Mesquita – o número de alunos é cada vez menor nos últimos anos. De 300 alunos que tinha até o início do ano passado, o número agora é de menos de 200 estudantes nos dois turnos. Professores, que pediram para não serem identificados disseram que a principal razão é a evasão escolar, forçada pela violência. “Os pais que não se sujeitam ao tráfico estão sendo obrigados a deixarem o bairro”, disse um deles.
Na única escola na Invasão Yolanda Pires, a Escola Comunitária Padre Pesce, as doações que antes eram feitas para os 120 alunos, entre 3 e 7 anos de idade, mantidos pela Paróquia de São Cristóvão, deixaram de acontecer desde o ano passado. “Quem vinha aqui fazer doações ficou com medo e foi embora, não mais retornando”, diz a diretora da Escola Comunitária, Josefa Muniz Ferreira.
DEFESA CIVIL – O coordenador da Defesa Civil e subsecretário de Habitação, Edson Pita Lima, diz que a entidade agora só entra em áreas de riscos nesses bairros se tiver o acompanhamento de líderes comunitários previamente contactados.
Depois do episódio ocorrido em Narandiba, a Codesal foi obrigada a mudar a logomarca dos seus veículos, retirando os nomes “defesa” e “civil” por “Codesal”, e mesmo assim, agora só entra em áreas de riscos após contatar com lideranças dos bairros. “Entrar com a polícia nem pensar”, diz Edson Lima.
A Codesal está lançando o programa “Defesa Civil Intinerante” que tem percorrido os bairros da periferia contatando lideranças comunitárias que agem como voluntários na organização das chamadas de socorro. “Esses líderes são os que devem ligar para a gente e ficam nos esperando na entrada das áreas de risco para acompanhar as equipes”, disse Pita.