Atualizado às 17h39
Uma comissão que representava 300 estagiários da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC) se reuniu na Secretaria da Fazenda (Sefaz) na tarde desta segunda-feira para reclamar o atraso de três meses da bolsa-auxílio de R$ 366. De acordo com os estudantes, o dinheiro não é repassado e não há explicação de nenhuma das partes envolvidas no contrato dos alunos.
O estudante de pedagogia da Uneb, Carlos Nascimento, alega que as dívidas dos estagiários se acumulam e que todos já pagam para trabalhar. "Assim não há como trabalhar com a consciência voltada para a sala-de-aula. Damos aula em vários bairros de Salvador e essa situação prejudica a didática do ensino às crianças", denuncia.
Até o final da tarde os estagiários tentaram uma audiência com o secretário Reub Celestino, mas não foram recebidos pelo administrador. Da Sefaz receberam apenas o comunicado que houve um repasse de R$ 139 mil ao Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), que gerencia o contrato entre os estudantes e o município. Entretanto, os estagiários alegam que o dinheiro não pode pagar sequer um mês de metade dos contratados.
Procurado pela reportagem do B>A Tarde On Line, o gerente regional da empresa, Darcy Luca Júnior, esclarece que está na mesma situação dos estudantes, a de credor. "o CIEE cumpriu todas as suas obrigações de contrato e espera apenas que a Sefaz libere a verba para que o débito com os estagiários seja saldado".
Luca Júnior explica que a empresa nada tem a ver com a questão da origem do dinheiro das bolas auxilio e que apenas deposita nas contas de banco dos estudantes a verba proveniente da secretaria. Acrescenta também que já reuniu-se com a Sefaz para discutir o pagamento das bolsas, mas que ainda não recebeu do órgão nenhuma resposta.
Por meio de suas assessorias de imprensa, Sefaz e SMEC alegam já terem feito repasses de verbas, mas divergem quanto às cifras. Segundo a Sefaz, foram enviados R$ 139 mil para o CIEE nesta segunda-feira e há a promessa de que na terça-feira uma nova remessa, desta vez de R$ 231 mil, será enviada à empresa para encerrar o débito dos contratos. Já a SMEC contabiliza um repasse de R$ 239 mil para o CIEE e outro de R$ 157 mil para outra empresa de gerenciamento de estágios, a IEL.
Os estudantes, no entanto, alegam que foram comunicados de que não há previsão para qualquer resolução relativa ao caso. Ao todo, a SMEC emprega 600 estagiários que atuam como professores nas escolas municipais.