Os estudantes de Salvador, integrantes do "Movimento Exu Tranca Ruas" ou "Revolta do Buzu 2011" voltaram às ruas da capital na tarde desta quarta, dia 19, para protestar contra o aumento da passagem dos coletivos na cidade. Os manifestantes se concentraram na Praça da Piedade, por volta das 15h, e em seguida dirigiram-se ao Campo Grande, passando pela avenida Carlos Gomes. Portando faixas, apitos e tinta, cerca de 50 estudantes participam do ato, que acontece neste momento. No Campo Grande, os integrantes do movimento promoveram o "passe livre" (ato de protesto que consiste em fazer os passageiros entrarem pela porta da frente dos coletivos, sem pagar passagem).
Segundo informações da Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (TranSalvador), o trânsito está lento ao longo das avenidas Sete de Setembro e Carlos Gomes.
A categoria também programou um fórum de discussão sobre transporte público para este sábado, 22, a partir das 9h, no campus da Universidade Católica de Salvador (Ucsal) da Lapa, onde também acontecerá uma assembleia para discutir as reivindicações do grupo.
Mudanças na pauta de reivindicações, definidas em assembleias dos estudantes, têm causado divergência entre os participantes do movimento. "A carta de reivindicação não contempla uma parte do movimento. Desde a mudança, nós [Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador (Ages)] decidimos nos afastar, porque defendemos a facultatividade do Salvadorcard e meia-passagem para os alunos do ensino técnico", explica Gilcimar Brito, coordenador estadual do movimento "É Preciso Ousar" e integrante da Ages.
Aluã Carmo disse que a pauta de reivindicações é um "documento mutável". "Estamos em um trabalho de construção da carta, amadurecimento e discussão de nossas reivindicações. Já tivemos seis mudanças de pauta em assembleia e podemos ter outras, mas é natural, já que é um documento de um movimento, e não, de uma entidade", explica.
De acordo com ele, os pontos mais polêmicos da pauta atual são revogação do Salvadorcard, ao invés de facultatividade como os estudantes haviam pedido antes, além da reativação do Conselho Municipal do Transporte, que o grupo também não quer mais.
"Algumas pessoas não se sentem representadas pelo Conselho, mesmo com nossa proposta de participação paritária da sociedade civil. Elas acham que o Fórum de Transporte Público já atende as necessidades", esclarece Aluã, acrescentando que os grupos divergentes serão chamados para discutir numa tentativa de unificar o movimento.
As outras reivindicações são retorno do valor da tarifa para R$ 2,30, cobrado antes do aumento para R$ 2,50 em janeiro deste ano, congelamento da passagem por dois anos e transporte público 24 horas.
*Colaborou Priscila Machado, do A TARDE On Line