Familiares e amigos de Levi Monteiro Reis, 22 anos, assassinado na última quinta (15), em uma ação policial, protestam no bairro Cajazeiras XI, nesta quarta-feira, 19. Com cartazes pedindo justiça e menos violência e gritando "Polícia é para ladrão, inocente não", o grupo segue em passeata pelas ruas do bairro. Eles saem da casa do jovem até a 13ª Delegacia, onde os policiais envolvidos no crime trabalham e retornam para a casa da vítima.
Em frente à delegacia, os manifestantes fizeram uma oração e continuaram gritando palavras de ordem. Durante o protesto, policiais civis e militares ficaram em frente à delegacia acompanhando o movimento. Um policial civil fotografou o ato e criticou os participantes da manifestação: "são todos traficantes descarados", xingando mulheres, idosos e crianças que protestavam.
Vizinhos de Levi alegam que se ele não fosse inocente, não haveria manifestação. De acordo com a artesã Maria do Carmo Vasconcelos, que diz ter presenciado o crime, várias viaturas da Polícia Civil chegaram ao bairro procurando assaltantes e atiraram contra o rapaz. Em seguida, acionaram quatro viaturas da Rondas Especiais (Rondesp). A artesã disse que os policiais "plantaram (colocaram) uma arma" na mão de Levi e forçaram um jovem a dizer que a vítima era traficante.
A irmã do ex-recruta da Marinha, Lidia Monteiro, nega o envolvimento de Levi com o tráfico de drogas. "Meu irmão morreu inocente. Ele era trabalhador e estava se preparando para casar esse ano. Só quero que a justiça seja feita".
Apesar do assassinato do filho, Rita Monteiro diz que os policiais civis e militares que trabalham no bairro costumavam "trabalhar corretamente". O caso é investigado pela Corregedoria-Geral da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) e as armas dos policiais que participaram da operação no dia do crime foram apreendidas e passarão por perícia.
*Com redação de Paula Pitta | A TARDE On Line