Após 84 dias de greve, os médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Salvador e Região Metropolitana, retornaram ao trabalho nesta terça-feira, 14. Os profissionais atendem à decisão do ministro Humberto Martins, da 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que considerou abusiva e ilegal a greve da categoria e estabeleceu multa de R$ 50 mil para a Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP) por cada dia não trabalhado a partir da decisão.
De acordo com o chefe da perícia médica e gerente-substituto do INSS em Salvador, Fernando Vasconcellos, 15 mil perícias deixaram de ser realizadas durante os 84 dias de paralisação. "Pretendemos, em até 90 dias, regularizar está situação realizando multirões e fixando o prazo de espera da marcação da perícia para a realização da mesma, que hoje é de um mês, para 15 dias", afirma.

Ainda segundo Fernando, o INSS deslocará os médicos que trabalham na área administrativa para participar dos mutirões e aguarda a contratação dos peritos temporários. "Além de convocarmos os médicos da área administrativa para ajudar no atendimento, estamos aguardando a contratação dos 42 peritos temporários, que serão destinados à Gerência do INSS em Salvador e trabalharão por seis meses. Porém, ainda não está definida a data de início dos trabalhos para os novos médicos", conclui.
A categoria iniciou a paralisação nacional no dia 22 junho reivindicando a redução da carga horária de trabalho e mais segurança durante o atendimento. "Hoje, nós trabalhamos por oito horas com uma hora de descanso e gostaríamos que a jornada fosse de seis horas ininterruptas", justificou o presidente da Associação Nacional de Médicos Peritos da Previdência (ANMP), Luiz Carlos Argolo.
Em Salvador e Região Metropolitana, os médicos-peritos realizam cerca de 900 perícias por dia divididas nas 18 agências da capital e nas unidades dos municípios de Camaçari, Lauro de Freitas, Alagoinhas, Santo Amaro, Catu, Candeias, Dias D'Ávila, Mata de São João, Pojuca, São Sebastião do Passé, Simões Filho e Esplanada. Durante a greve, 50% dos médicos compareceram ao trabalho.