Os médicos residentes da Bahia, em greve há 29 dias, decidiram não aceitar o reajuste de 22% na bolsa-auxílio, em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira, 15, no Hospital das Clínicas, bairro do Canela. O reajuste foi negociado em reunião entre o governo e o comando nacional de greve da categoria na tarde de terça-feira, 14, no Ministério da Saúde, em Brasília, com a participação do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o ministro da Educação, Fernando Haddad, e representantes da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR).
De acordo com o presidente da Associação Baiana dos Médicos Residentes (AMR-BA), Patrick de Oliveira, apesar de não terem sido consultados sobre os valores definidos na reunião, os residentes baianos avaliaram a proposta, mas optaram por continuar o movimento, já que realizam suas mobilizações em separado dos profissionais de outras regiões. "Decidimos que só aceitaremos o reajuste de 28,7%, mas como esse é um movimento nacional, teremos que esperar a resposta dos outros estados para decidirmos se continuaremos parados ou não".
Mobilização - Os médicos residentes paralisaram as atividades no dia 17 de agosto em todo o país em busca de um reajuste salarial de 38,7%. Além do aumento, os profissionais reivindicam melhores instalações hospitalares, ampliação da licença maternidade de quatro para seis meses e pela manutenção de direitos, como o auxílio moradia, que começou a ser substituído pelo auxílio alojamento em alguns lugares do Brasil.
Na Bahia, 80% dos 901 médicos residentes do estado teriam aderido ao movimento, segundo Patrick. "Apenas 30% dos residentes que trabalham em UTI, urgência e emergência, continuam trabalhando para que o atendimento à população não seja prejudicado", destacou.
Por causa da paralisação, cerca de 70% dos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) foram comprometidos no estado. Médicos dos hospitais das Clínicas, Roberto Santos, Santo Antônio, Santa Isabel, São Rafael e Ana Neri, na capital, e médicos de Itabuna, Feira de Santana, Barreiras e Vitória da Conquista, no interior, estão mobilizados.