Quase 62 horas depois de ter encalhado na saída da baía de Todos os Santos, o cargueiro de bandeira panamenha Cabo Pilar voltou a flutuar no mar no início da tarde desta quarta-feira, 28. Carregado com 64 mil toneladas de óleo combustível do tipo bunker, o navio se prendeu a um banco de areia no final da noite de domingo, 25.
O Cabo Pilar será agora conduzido a uma zona de profundidade segura na baía de Todos os Santos, onde deve passar por inspeção da Capitania dos Portos antes de ser liberado para seguir viagem para Bahamas. A operação foi um sucesso e o navio não sofreu qualquer abalo. A estrutura está intacta, garante o capitão dos portos da Bahia, Maurício Groetaers Vianna.
O inquérito administrativo instaurado pela Capitania dos Portos para apurar responsabilidades no acidente continua em andamento. Segundo o capitão Vianna, o comandante e o oficial de navegação do navio serão ouvidos até esta quinta-feira.
Tanto a Capitania dos Portos quanto a Bahiaship, empresa que agencia o cargueiro, evitam especular sobre as causas do acidente. O capitão Vianna avalia que só com os depoimentos dos tripulantes da embarcação será possível apontar as prováveis falhas que levaram o Cabo Pilar a encalhar. O fato é que, com aquele calado e aquela profundidade, o navio não poderia ter navegado no local, afirma o capitão, referindo-se à parte do casco que fica submersa.
Sócio-gerente da Bahiaship, Ronald Schenkels também prefere não apontar culpados, sob alegação de que é prematuro. Mas acredita que em dois ou três dias as autoridades marítimas já tenham indicativos sobre o que houve com o Cabo Pilar.
De acordo com a Capitania dos Portos, o acidente ocorreu às 22h45 do domingo, próximo ao banco de Santo Antônio, a cerca de três milhas náuticas (5,5 km) da praia do Farol da Barra. O navio saiu do terminal marítimo de Madre de Deus, administrado pela Petrobras.