Quem procurar o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) para tirar a identidade ou obter seu certificado de antecedentes criminais nestas quarta, quinta e sexta-feria (27, 28 e 29 de maio) não vai conseguir ser atendido. A afirmação é do presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc), Bernardino Gayoso, quem explica que a suspensão irá ocorrer por causa da terceia paralisação de 72h dos agentes da Polícia Civil baiana. O protesto, que afeta todo o Estado, começa às 8h desta quarta-feira, 27, e vai até as 8h de sábado, 30. Os demais serviços oferecidos pelo SAC não serão afetados.
A categoria exige um aumento salarial de 100%, escalonado em três anos, mas o governo do estado propõe um reajuste médio de 40%, variável conforme as carreiras dos agentes, no mesmo período. As negociações estão suspensas desde dezembro de 2008. Outras duas paralisações semelhantes ocorreram entre os dias 13 e 15 e 20 e 22 de maio.
Segundo Gayoso, a paralisação do SAC se deve à falta de negociação. "O governo não quer negociar, então nós vamos endurecer o movimento", disse. Ele afirma ainda que a paralisação desta semana vai afetar também outros serviços prestados pela Polícia Civil, como a perícia técnica. "Nós vamos suspender toda a perícia técnica, vamos fazer apenas a remoção de corpos [dos lugares onde houver homicídio]", avisa. Com, a remoção, não se repetiria o ocorrido na última paralisação, quando alguns corpos de vítimas de homicídio demoraram até oito horas para serem recolhidos ao Instituto Médico Legal.
Gayoso também ameaçou adiantar a greve por tempo indeterminado que está marcada para começar no dia 20 de junho caso o governo do estado decida cortar o ponto dos policiais parados. "De qualquer jeito, o salário dos policiais é tão baixo que não faz muita diferença", disse o líder sindical.
Na semana passada, a Secretaria da Administração do Estado da Bahia (Seab) e a Secretaria da Segurança Pública (SSP) emitiram uma nota em que classificaram o movimento de "inoportuno" e convocaram o "retorno imediato" dos policiais sob pena da aplicação das "penalidades previstas em Lei, a exemplo da suspensão de pagamentos dos dias não trabalhados". Segunto a Seab, um policial civil em início de carreira ganha atualmente R$ R$ 1.738,53, sem contar benefícios como Adicional por Tempo de Serviço, Auxílio Alimentação e Auxílio Transporte.