Continuemos a divulgar o Evangelho
Pereira de Sousa
Passaram as festas de Natal, Ano-novo e a de Reis. Momentos insuperáveis para falarmos ou vivermos o Evangelho ou de conhecermos cada vez mais Jesus, Filho de Deus e Salvador nosso. Embora doente, vibro com todos os rumores das festas que se passam por aí afora. Os coros de criancinhas em muitas cidades do Brasil.
Lembro-me dos festivais da Praça da Sé. Todas as pessoas que assistiram me falaram da maviosidade das vozes infantis que das janelas do velho Palácio dos Arcebispos subiam aos céus e enalteciam o acontecimento mor da história: o nascimento de Jesus.
Pela televisão, vi e ouvi os mesmos louvores a Deus nas praças de Curitiba. As televisões do Sul entendem o valor de espetáculos destes corais infantis. Vozes educadas, argentinas, diríamos, vibram em nossas almas e chamam-nos para a visão da cena de Belém. Só uma tristeza assomou ao meu espírito, não tivemos na Bahia a mesma transmissão dos cânticos de Curitiba.
Que eu soubesse. Sempre admirei Curitiba na maneira como cultiva as artes e as ensina às crianças. Num congresso apresentaram-nos um conjunto de violinos de criancinhas que nos presentearam durante uma hora com árias de compositores célebres. Também me lembro de assistir a um conceito monumental no Teatro Amazonas, completamente restaurado para o evento durante outro congresso de Botânica.
Em questões de música, a Bahia não fica atrás de ninguém pois, a partir dos Seminários de Música para aqui trazidos pelo reitor Edgard Santos e a consolidação da escola de música na Ufba, só temos crescido e sempre nos extasiamos ao ouvir concertos em muitos auditórios da nossa capital.
A digressão está longa mas é dentro do propósito inicial, de continuarmos no estudo do santo Evangelho ou no estudo de Jesus, que é o Evangelho em pessoa. Vem aí a festa consagradora do Bonfim. Que estejamos preparados para viver com intensidade as noites de preparação. Nossa santa Igreja não perde tempo em anunciar Jesus.
Que todos os nossos irmãos notem quanto amamos Jesus e como quereríamos que fosse amado cada vez mais. Há uma jaculatória secular que recitamos apressadamente, talvez, mas que diz ao mundo e ao nosso íntimo o desejo da cada vez sermos melhores. Sagrado Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada vez mais.
A Igreja sabe o que diz, o Coração de Jesus ama-nos sobremodo e para o amarmos temos de contar com o auxílio da graça e por isso que ele nos faça amá-lo cada vez mais. É que não podemos crescer na caminhada para o céu sem o auxílio daquilo que chamamos graça. Aqui vale lembrar um princípio de Santo Agostinho, o doutor da graça, até um piedoso afeto (ou ato) de credulidade, já é graça.
A graça divina acompanha todo o sentir e depois o subir da alma para Deus. É popular dito de S. Paulo, pela graça de Deus sou o que sou. A sua graça, acrescenta Paulo, a mim dispensada não foi estéril (1 Col. 15, 10). É lógico que também o fruto ou frutos da graça em Paulo são do mesmo fundamento de graça ou auxílio sobrenatural em ordem à salvação. Por isso continuemos a divulgar ou a pregar o evangelho para que todos conheçam e amem o Jesus vivo.