E a paz entre Israel e os palestinos não vem
Pereira de Sousa
Isto não é religião! No meu modo de ver e viver, é pensar no amor de Deus pelos homens e dentro desse pensamento rezar para que nossos irmãos judeus e árabes palestinos tenham a vida sossegada, como Paulo pedia para nós, cristãos, quando recomendava orações por todas as autoridades a fim de que levemos uma vida calma e serena (1 Tim. 2, 1 e 2). Lembremos que esta admoestação de Paulo ao seu discípulo Timóteo vale para todos os tempos e circunstâncias. Lendo a Deus Caritas est, de Bento XVI, é que mais me convenci da justeza da minha posição. Igreja deve praticar a caridade, que consiste em amar a Deus e ao próximo. E este próximo deve ser olhado como um irmão e imagem de Cristo. Sei que muitos nem sequer admitem Deus, por isso olham para essas afirmações ou ensinamentos do papa reinante como mirabolantes divagações inoperantes ou, até, impertinentes. Voltemos, porém, ao assunto do título. Segundo os jornais, o Hamas impõe condições para paz com Israel.
O antigo grupo terrorista que venceu as últimas eleições dever tomar parte no governo da autoridade máxima da Palestina. A Rússia, procurando intermediar a paz entre Israel e palestinos, chamou ou recebeu este grupo para conversações de alto nível. Mas o grupo Hamas descartou ontem qualquer possibilidade de reconhecer o Estado de Israel e impôs duas condições para negociar a paz com o governo israelense. Julguem como é difícil a situação.
Israel foi estabelecido pelas Nações Unidas, dando-lhe por capital Telaviv. Sharon anexou os territórios da Cisjordânia, a partir do Negev até as colinas de Golã. E fez mais, declarou unilateralmente Jerusalém como capital. Aí veio a terrível angústia dos palestinos, sem terra e sem capital. Foi um calvário para que os palestinos sobrevivessem. Assentamentos de judeus ou israelitas na Faixa de Gaza, tiros de canhão contra os palestinos por parte de Israel, muito bem armado e muito mais organizado do que os grupos de palestinos. Foi nessa hora que o grupo Hamas se levantou contra Israel. Bombas caseiras contra os israelitas e atentados dos célebres homens-bomba em todos os lugares, inclusive em Telaviv. Sharon assumiu novamente o papel de chefe da Defesa de Israel, e tentou sufocar os revoltados palestinos. Mas os tanques de Israel, mísseis lançados contra os invasores (?) palestinos. Todos os dias, sabíamos de morte de lado a lado, mas os palestinos levavam sempre a pior. Até que um dia Arafat tentou organizar-se e tratou de pedir socorro aos organismos internacionais. Conseguiu muito com os chamados protocolos de paz de Estocolmo. Caiu doente e veio a falecer em Paris, para onde o levaram à última hora. Morto, os israelenses não o deixaram enterrar na Jerusalém oriental. É claro que o seu sucessor não tinha o prestígio de Arafat. E aos trancos e barrancos conduziu o barco da governança. Chegaram as eleições e o grupo Hamas, que Israel não queria que vencesse, venceu e Israel endureceu. Felizmente que a Rússia foi em socorro dos palestinos. O Hamas impõe as condições, retirada de todos os israelenses dos territórios ocupados em 1967, o retorno dos palestinos e retirada dos antigos assentamentos.
Doenças infantis
José Medrado
Emocionou-me às lágrimas uma matéria que vi no último domingo em um programa de televisão acerca do câncer infantil. Depoimentos de familiares e gente da área médica passando o misto de tristeza e esperança no trato desses pequeninos, que sempre nos sensibilizam bastante quando os vemos sofrendo. Não raramente nos perguntamos: por quê? Nunca fizeram nada, nem tempo tiveram.
Vejo e sinto, hoje em dia, por toda parte que vou, pelo Brasil ou mesmo fora, uma busca mais direcionada ao entendimento dos processos da vida. Por um lado, iremos encontrar as justificativas fundamentadas nas ciências psicológicas, atendendo à sempre mais intensa demanda do indivíduo que busca o autoconhecimento: o conhecer a si mesmo e, mais que isso, a procura do porquê das suas tendências, do seu raciocínio, das suas reações. E, aí, vem, acima de tudo, o porquê de sua vida, de suas lutas e das suas dificuldades.
Isso significa procurar mergulhar na própria essência do saber espiritual e tentar entender não só conhecer as raízes da personalidade, os potenciais e as qualidades nosso eu, o ser espiritual e as características do processo de desenvolvimento dessa personalidade, bem como o desenvolvimento da própria vida, o processo de vir a ser, ou de vir a sentir.
Iremos, então, encontrar nesse desvendar dos processos do existir a matriz dos nossos infortúnios e alegrias, tendo o espírito como ser eterno o único plausível para esta realidade que se descortina em nossas vidas.
A crença em um Deus justo e misericordioso nos leva, inexoravelmente, a uma certeza: Ele não geraria dor indevida, não permitiria dor injusta, não deixaria o sofrimento chegar a quem sequer teve tempo de errar.
O carma individual: os conteúdos psíquicos mais enraizados no inconsciente da pessoa, onde se escaninham os erros e acertos daquela alma, são o caminho a ele reservado nesta vida, em forma de retorno de suas ações, para se entender estes processos que, à luz da lógica do existir de Deus, não fariam sentido, senão para uma nova aprendizagem, uma espécie de expurgo do passado de outras existências.
Sei, sei que gerará aquela perplexidade: mas o que estas crianças fizeram? Porém, o foco não deve ser o do presente destes anjinhos, que demonstram tanta dignidade no passar de suas dores. Devemos buscar o passado, na certeza, por mais doído que seja, que ali estão espíritos em processo de recuperação de seus desmandos de ontem.
Só assim, caro leitor, poderemos entender tanta dor que envolve toda a família, na luta pela saúde destes pequenos heróis da vida.
É possível que também venhamos a encontrar pequenos missionários, que aportam em uma família em processo de aglutinação, de lição, de emissários do amor e da fraternidade. Esses arrancam de nós lágrimas comoventes de admiração e respeito, mesmo guardando a sua pouca idade, isto porque a sua sabedoria está no espírito, que é antigo e já cheio de experiência, vivência.
Haveremos de continuar a nos emocionar, chorar ao vermos estes soldados da vida, de cabeças raspadas, mas, nesta hora, o melhor é elevarmos ao alto as nossas orações, pedindo força e coragem para eles e seus familiares.
Aqui, uma homenagem a todos os centros, casas que apóiam essa gente miúda e seus familiares, que muitas vezes não têm o mínimo para o sustento deles, quanto mais para acompanhá-los em seus tratamentos.
Nada nesta vida é à toa e tudo tem a sua explicação nas experiências, vivências do espírito.
José Medrado é médium, fundador e presidente da Cidade da Luz.