Thiago Fernandes,
do
A Tade On Line
A sala de arte do Clube Bahiano de Tênis será fechada temporariamente na próxima quarta-feira, 22, para o feriado de Carnaval e início da reforma do clube para abrigar a delicatessen Perini. As obras terão início no dia 1º de março. A expectativa é que a sala volte a funcionar até outubro, quando está prevista a conclusão da construção de um novo prédio que vai abrigar o cinema dentro do clube.
O anúncio foi feito durante entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira, 17, no foyer da sala de projeção. Participaram do evento representantes da Perini, Clube Bahiano de Tênis e Circuito Sala de Arte.
O acordo entre os três foi fechado após a polêmica que se seguiu à ameaça de fechamento do cinema. Pois, a direção do clube arrendou para a Perini o espaço em que a sala está localizada.
Depois da repercussão do assunto na mídia e da mobilização de artistas e do público do espaço, a delicatessen entrou nas negociações que aconteciam entre o clube e o circuito sala de arte, oferecendo a confecção do projeto para o novo prédio, além do apoio para conseguir parcerias que vão viabilizar sua construção.
Segundo a Perini, a mudança do cinema para outro espaço foi necessária, pois o projeto original da delicatessen não permitiria sua manutenção onde funciona atualmente.
Reforma - O projeto da reforma inclui a construção de um novo espaço, fora da sede, que abrigará o cinema de arte. O prédio ficará na encosta do terreno do clube e terá acesso tanto pela parte superior, na rua Princesa Isabel, quanto pela entrada inferior, pela rua 8 de dezembro.
Pelo projeto, serão construídas duas salas: uma maior, em formato estádio, com capacidade para 180 pessoas; além de outra com formato tradicional com 120 lugares. Ambas terão capacidade de projeção, tanto da forma tradicional, com película, quanto digital e também reservarão lugares preferenciais para deficientes físicos. A sala maior contará com filas reservadas para idosos e pessoas com dificuldade de locomoção.
O custo total da obra é de cerca de R$1,5 milhão, divididos entre a construção do prédio, que será arcada pelo clube, e a instalação dos novos equipamentos, a cargo da sala de arte.
Já a instalação da Perini na sede do Bahiano tem um custo estimando em R$10 milhões, sendo metade do valor gasto nas obras de reforma da sede e o restante entre equipamentos e compromissos como o pagamento de tributos.
Da área superior do terreno do clube, que tem 8 mil m², 5 mil m² foram arrendados à delicatessen. Desse total, a área construída será de 4,3 mil m² e o restante será destinado ao estacionamento para 110 veículos e área de circulação.
Pelo projeto, a entrada da loja ficará voltada para a Avenida Princesa Izabel, em frente ao Hospital Português, ao lado da entrada para o cinema. A estimativa do grupo é que o empreendimento gere 350 empregos diretos, mas ainda não há estimativa de faturamento.
Segundo o arquiteto responsável, Antônio Caramelo, ambos os projetos já estão sob análise do órgãos da prefeitura. A avaliação inicial é de que não haverá problemas para a aprovação. O único entrave seria a dívida do Bahiano com a Prefeitura, o que poderia inviabilizar a autorização de qualquer obra no local até a quitação dos débitos.
Segundo o diretor do clube, Edgard Silva Neto, essas questões legais estão sendo resolvidas, inclusive com a adesão a programas de refinanciamento de débitos municipais.
Circuito alternativo - A sala do Bahiano representa 45% do faturamento total do circuito de arte, que inclui ainda o Cine XIV, no Pelourinho, e o Cinema do Museu, no Corredor da Vitória.
Apesar da queda no faturamento prevista para o período em que o espaço vai permanecer fechado, a administração não pretende demitir nenhum de seus 24 funcionários.
Além disso, o grupo negocia o funcionamento provisório
da sala no teatro do Centro Cultural Caballeros de Santiago, no Rio Vermelho. A definição do acordo deverá sair até a próxima terça-feira, 21.