Mas nem só a ação do tempo provocou perdas ao patrimônio da Igreja da Penha. Ainda faltam ser encontrados dois anjos, desde que, há cerca de três anos, os fiéis começaram a dar falta de peças. De acordo com um inquérito aberto pelo Iphan, na Polícia Federal, a pedido da própria comunidade e da Irmandade, as imagens teriam sido vendidas pelo próprio pároco Benedito José de Jesus Costa, que hoje está foragido, segundo informações do padre Jair Arlêgo, e dos autos, que ainda não foram submetidos à apreciação do juiz Antônio Oswaldo Scarpa, da 17ª Vara da Justiça Federal. Jair Arlêgo é o atual pároco da Igreja da Penha.
O padre apontado como autor da venda das imagens perdeu as funções eclesiais, informou o monsenhor Ademar Dantas, administrador da Arquidiocese de Salvador e pároco da Catedral Basílica. É claro que a instituição tem o máximo interesse na recuperação das imagens. Quando ele estava como pároco da igreja, houve o sumiço. Hoje, não sei onde o padre está. Se some alguma coisa na Catedral Basílica, eu estaria envolvido. Ele não era da nossa diocese, era da diocese de Ruy Barbosa ou do Senhor do Bonfim. Uma vez que o caso está com a polícia, a gente confia no resultado. As imagens eram tombadas. O padre envolvido passou no máximo um ano e meio na Igreja da Penha, disse Ademar Dantas.
Membro da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Paróquia da Igreja de Nossa Senhora da Penha, Célia Marina lembra que o padre Benedito José era simpático, inteligente, acolhedor.