Guerreiros? Nem tanto...
Quem viu o Apaches do Tororó desfilando pela avenida durante os carnavais dos anos 70 e 80 deve ter se surpreendido com a performance do bloco que foi às ruas este ano, puxado por Guig Gheto e Jheremias.
Em nada os índios do Tororó pareciam com os guerreiros de outrora.
Nem mesmo o famoso grito de guerra Lá vêm os Apaches ecoou na garganta dos poucos mais de 200 guerreiros eram mais de cinco mil na década de 80.
Sem cocar ou penacho, os Apaches new wave usavam abadás e dançavam o pagode, com direito à mãozinha para o alto.
Guig Gheto, o grande chefe no domingo, vestiu vermelho, botou cocar e pintou o rosto para a guerra na avenida.
No chão, os Apaches iam de azul, verde e amarelo e rebolavam ao som do vixe mainha, ó neguinha.
Foram vencidos.
Gandhy
Associados antigos do afoxé Filhos de Gandhy fazem uma análise nada favorável das mudanças implementadas ao longo do tempo e que comprometem a tradição.
A invasão de turistas e alguns nativos que saem somente para pegar mulher.
O preço inflacionado da fantasia, que faz da entidade uma espécie de Camaleão dos blocos afros.
Agora, o turbante azul, que descaracteriza o tapete branco da paz.
E, com razão, temem o que pode vir de agora por diante.
Exigentes
Os taxistas do circuito Dodô (Barra-Ondina) estiveram mais exigentes que de costume neste Carnaval.
Não aceitaram corridas curtas o que é proibido pela prefeitura, que concede as licenças para cada proprietário de veículo.
Duas moradoras da Pituba tiveram de andar de Ondina até o Rio Vermelho para conseguir pegar um táxi.
Conseguiram, mas precisaram pagar mais que o valor registrado no taxímetro.
Além de fazer um acordo com o motorista, ainda ficaram o tempo todo com a sensação de que pediam um favor.
Não era o caso, mas o condutor do veículo parecia pensar que sim. E as tratava como tal: duas pessoas a quem ele fazia uma concessão.
Em tempo: nesses casos, o melhor é denunciar os taxistas através do 156 ou pessoalmente, na Gerência de Táxis da Secretaria de Transportes Públicos (STP).
Blocos
Duas irmãs desfilaram num tradicional bloco da cidade e ficaram surpresas com o que presenciaram durante o Carnaval.
Primeiro, perceberam que o atendente do carro de apoio do bloco metia a mão na sacola de uma associada, tentando furtá-la.
Este foi o primeiro susto.
Pouco depois, viram que um dos cordeiros do bloco roubava as pessoas que ficavam próximas à corda.
E elas que preferiram se associar a uma entidade carnavalesca por uma questão de segurança...
Pra quem pode
A cada ano, fica cada vez mais claro: em Salvador, só os mais endinheirados podem arcar com os custos de blocos e camarotes.
A mentalidade da festa é exclusivista: se você pode pagar, está dentro; se não pode, fora!
Não é mais permitida a mistura de pessoas, que é a marca do que se convencionou chamar de baianidade.
As palavras lucro e consumo substituíram de vez popular e democrático, que antes caracterizavam a festa.
E aqui, o espaço público é usurpado por particulares e ainda se faz disso um verdadeiro Carnaval...
Retomada
Mesmo satisfeitos com a reconstrução da Praça Ana Lúcia Magalhães, no fim de linha do Itaigara, moradores fazem questão de lembrar à prefeitura que, durante a longa fase de esquecimento, alguns condomínios invadiram o espaço público.
Aproveitando a recuperação da área, é bom recuperar também os tais espaços.
Pós-Carnaval
Acabou a folia baiana e, agora, vem a parte da participação popular: foliões e contribuintes da Prefeitura de Salvador devem ficar atentos para o vencimento dos tributos municipais agora em março.
Na segunda-feira, vence o prazo para pagamento da segunda parcela do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e da Taxa de Limpeza Pública (TL).
No mesmo dia, as empresas de prestação de serviços devem recolher o Imposto Sobre Serviços (ISS), referentes ao mês de fevereiro.
Já a Declaração Mensal de Serviços (DMS), justificando o valor pago de ISS, pode ser entregue até o dia 10.
Os profissionais autônomos devem recolher o ISS de 2006 até o dia 20.
Ônibus
Os moradores do Campo Grande e adjacências e usuários do sistema de transporte coletivo que atende à Estrada do Coco pedem a criação de uma linha alternativa via Paralela.
Atualmente os usuários são servidos apenas pela linha Praça da Sé/Vilas do
Atlântico, via orla.
Precisam também de uma linha com destino a Portão e Vilas de Abrantes. Deslocar-se para qualquer um desses dois lugares é ter que pagar dois ônibus ou fazer uma boa caminhada.
Proveito
Os donos de bares da Avenida Vasco da Gama aproveitaram a ausência dos fiscais da Sucom, que estavam com a atenção voltada para o Carnaval, e deixaram o som nas alturas até as 2 horas da madrugada quase todos os dias.
Enganou-se quem pensou estar livre da barulheira porque não chegaria até os circuitos da folia.
Socorro
Moradores da Rua Isaías Alves de Almeida, em Armação, ainda aguardam providências da prefeitura no sentido de fechar as valas abertas na rua quando da instalação de tubulações de água e esgoto.
O trabalho foi concluído, mas a abertura está lá, provocando o afundamento de bocas-de-lobo e mantendo-se como um risco para motoristas e pedestres.
tempopresente@grupoatarde.com.br