Equívoco sobre o horário das provas do concurso da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevaf), realizadoneste domingo, foi motivo de tumulto na porta do Colégio Estadual Carneiro Ribeiro Filho, na Soledade. Alguns candidatos acabaram ficando do lado de fora por terem chegado no horário oficial de Brasília, que está integrada ao horário de verão. Um grupo de sete candidatos entrarão com um recurso no Ministério Público Federal pedindo o cancelamento do concurso. Eles alegam falta de clareza do edital.
A candidata Mariana Ramos chegou com uma hora de antecedência do horário de previa no local e se surpreendeu com os portões fechados. “Eles não deixaram claro que aqui em Salvador os exames aconteceriam uma hora antes. Do jeito que estava no edital, ficou parecendo que devíamos seguir exatamente o tempo de Brasília“, disse a candidata, uma das autoras do recurso judicial coletivo.
Ela informou que mais de 20 pessoas deixaram de fazer a prova no local, no turno da manhã, pelo mesmo motivo e que, ao tentarem falar com a coordenação, foram tratados mal. “Eles disseram que iam chamar a polícia porque estávamos destruindo o patrimônio público. Na verdade só batíamos no portão com a intenção de conversar com eles“, explicou.
Tânia Leoni, coordenadora da Consulplan na Bahia, empresa organizadora do concurso, alega que teve medo que os candidatos do lado de fora danificassem o portão de acesso ao colégio e atrapalhassem o andamento das provas. “Eles não têm do que se queixar. As informações estavam claras. O problema é que muitos não têm atenção ao lerem o edital“, afirmou.
O prejuízo maior pela falta de atenção do candidato ou de clareza do edital ficou com pessoas que tiveram que se deslocar de outros municípios, como os candidatos Jackson Pinheiro, de Cachoeira, e Silvano Costa, de Itaparica. “Além da inscrição, perdi o dinheiro com passagem e com comida, fora o transtorno de não ter exercido meu direito de fazer a prova“, disse Pinheiro, que deixou de concorrer ao cargo para pedagogo.
Alguns candidatos deixaram de fazer as provas da Codevasf também no Colégio Estadual Severino Vieira, em Nazaré. O concorrente ao cargo de assistente administrativo, Josevan Alves, disse que cerca de 35 pessoas foram barradas pelos seguranças do colégio. Ele também pretende entrar com ação judicial contra o concurso.
Somente em Salvador foram mais de 10 mil inscritos, de um universo de 114 mil nacionalmente, para concorrer a 222 vagas nas superintendências regionais da companhia espalhadas pelo Brasil.